O Ministério Público afirmou na tarde desta quarta-feira (18) que irá recorrer da decisão que determina que o empresário e sócio da boate Kiss Elisandro Spohr, conhecido como Kiko, seja julgado em Porto Alegre.
Na decisão, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJRS) acolheu um pedido de desaforamento feito pelo advogado do empresário Jader Marques. Para a defesa, a transferência do julgamento, de Santa Maria para Porto Alegre, traz mais segurança ao réu, evitando possíveis tumultos e garantindo imparcialidade do júri.
De acordo com o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Marcelo Dornelles, o MP irá encaminhar recurso assim que for intimado.
— A decisão de desaforamento para apenas um dos réus é inusitada, e a posição do MP é firme de que o julgamento deve ser integralmente em Santa Maria e de todos os réus — defende.
Anteriormente, a 1ª Vara Criminal de Santa Maria havia decidido que os quatros réus do caso seriam julgados em duas sessões, marcadas para março e abril de 2020, no município. Na nova decisão, o TJ manteve o julgamento dos outros três acusados em Santa Maria, mas em um júri conjunto. Como o recurso ainda precisa ser analisado, novas datas para os júris ainda não foram estabelecidas.
Além de Spohr, outras três pessoas respondem pela tragédia: Mauro Hoffmann, empresário e sócio da boate, e os músicos Marcelo Santos (vocalista da banda Gurizada Fandangueira) e Luciano Bonilha (ajudante do grupo).
Os quatro respondem à ação penal por 242 homicídios e por 636 tentativas ocorridos durante incêndio na boate Kiss, no mês de janeiro de 2013.