A Polícia Civil busca identificar a mulher flagrada saindo do condomínio de um idoso encontrado morto no bairro Bom Fim, em Porto Alegre. O caso, investigado como possível latrocínio (roubo com morte), aconteceu no quarto andar de um condomínio na Rua General João Telles, na noite de domingo (8). Sérgio Eudon Schmidt, 69 anos, foi encontrado amarrado e encapuzado dentro de casa.
A mulher foi vista embarcando em um veículo, carregando duas mochilas. Ela já teria estado no prédio em outros momentos. Por meio de imagens, a polícia tenta identificar quem é a mulher e se ela está envolvida no crime.
Os familiares da vítima relataram à polícia que o idoso morava sozinho na Capital. Ele teria passado a viver no apartamento após a morte da esposa, há cerca de quatro meses. Antes disso, residia e trabalhava com ela em um escritório de advocacia na Serra.
O caso chegou à polícia após os parentes irem até o apartamento na tentativa de localizar o idoso. Como desde sábado (7) ele não fazia contato, um sobrinho e uma irmã de Schmidt seguiram até o prédio para verificar o que estava acontecendo. Após ingressar no imóvel, no Condomínio Edifício Dona Leopoldina, foi necessário arrombar a porta do único quarto. O idoso estava no chão do cômodo, com braços e pernas amarrados com pedaços de tecidos. O rosto estava coberto por um capuz.
O quarto estava revirado e sobre uma cômoda foi encontrada a carteira da vítima, sem dinheiro ou cartões. Os familiares relataram aos policiais que o idoso tinha o hábito de manter uma quantia de dinheiro com ele.
— Ele não costumava andar com menos de R$ 200, segundo a família. O quarto estava completamente bagunçado. A carteira estava aberta, sem nada. Esse contexto nos leva a suspeitar que se trate de um latrocínio — relatou o delegado plantonista da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), João César Nazário, que atendeu o caso inicialmente.
Dentro do apartamento não havia marcas de sangue ou sinais visíveis de violência no corpo da vítima, como facadas ou tiros. Uma das suspeitas é que o idoso possa ter sido asfixiado. A causa da morte, no entanto, será indicada pela perícia. Por conta da suspeita de latrocínio, o caso foi repassado à 10ª Delegacia de Polícia. Na manhã desta segunda-feira (9), os policiais retornaram ao apartamento da vítima e fizeram buscas na vizinhança por imagens de câmeras de segurança.
Outro caso
Outra suspeita de assassinato durante assalto no fim de semana também é investigada na Capital. O crime aconteceu na noite de sábado, na Praça Dom Feliciano, no Centro Histórico. Segundo a polícia, Cristian Pinheiro Conceição, 25 anos, foi atacado por dois homens.
A vítima teria começado a lutar com a dupla e acabou sendo esfaqueada. Atingido com golpes na região do peito, o jovem não resistiu. Segundo o delegado Juliano Ferreira, da 17ª Delegacia de Polícia, os criminosos levaram o celular da vítima. A polícia está em busca de imagens de câmeras de segurança do local e tenta identificar os dois suspeitos.
Latrocínios na Capital
Entre novembro e dezembro, pelo menos, cinco suspeitas de latrocínio foram registradas na Capital, segundo levantamento de GaúchaZH. No mesmo período do ano passado, conforme dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado, foram dois registros. O mês de novembro de 2019 apresentou até o momento o maior número de registros no ano, com três casos.
No acumulado do ano, no entanto, os latrocínios vem apresentando tendência de queda em Porto Alegre. Entre janeiro e dezembro do ano passado, foram 13 crimes deste tipo. Já neste ano, até esta segunda-feira foram 11 casos. Os dados oficiais da SSP para novembro devem ser divulgados nos próximos dias.