Anunciado como novo comandante-geral da Brigada Militar nesta segunda-feira (4), o coronel Rodrigo Mohr Picon foi alçado ao posto máximo da instituição por escolha do governo do Estado. Atual chefe do Comando de Policiamento da Capital (CPC), Mohr substituirá o coronel Mário Yukio Ikeda, que, após 34 anos na corporação, irá para a reserva.
Aos 50 anos, Mohr se diz orgulhoso do novo posto e afirma que conta com a comunidade para "lutar contra o crime".
— Sou filho de uma servidora civil da Brigada Militar. É uma grande honra, vindo de uma família humilde, chegar ao posto máximo de uma instituição tão importante. Sinto muito orgulho em assumir o comando neste momento de redução dos índices e um trabalho de modernização, de foco estratégico para resolver os problemas — afirmou Mohr.
Entre as prioridades da gestão, de acordo com Mohr, estão medidas para tentar conter a saída de polícias antigos da corporação. Viabilizar a abertura de turmas em dois cursos da BM — de segundo-sargento e primeiro-tenente — é uma das possibilidades em estudo.
— Assim, eles habilitam a promoção ao próximo posto e permanecem. É uma forma positiva de tentar manter os policiais que fecharam 30 anos de serviço. Pela experiência que eles têm, são muito importantes para nós e para a comunidade.
Outra prioridade de Mohr é a manutenção do RS Seguro, programa que prevê ações em municípios que concentram maior parte dos delitos. A ação é considerada uma das responsáveis pela queda nos números indicadores de criminalidade no Estado.
Natural de Porto Alegre e na BM desde 19 de fevereiro de 1987, o coronel desenvolveu trabalhos na Capital, em Canoas e em Gravataí. Foi comandante do 9° Batalhão de Polícia Militar (BPM) e do 19° BPM, e subcomandante do 1° BPM, todos na Capital. Também atuou como diretor-adjunto no Departamento de Ensino e Treinamento da Secretaria da Segurança Pública e no Departamento de Ensino da Brigada Militar. Foi ainda chefe do Estado-Maior do CPC, onde atualmente exercia a função de comandante.
Mohr afirma que deve assumir a nova função ainda nesta semana, mas a data da cerimônia de posse ainda não foi divulgada. Conforme o Executivo, o nome que assumirá o posto do coronel no CPC será definido nos próximos dias.
Para anunciar a passagem de comando, o atual e o futuro comandante-geral foram recebidos na tarde desta segunda, no Palácio Piratini, pelo governador Eduardo Leite e pelo vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior.
Também durante a tarde, pelas redes sociais, Leite falou sobre a escolha:
"Segurança pública é uma das nossas prioridades. Estamos reduzindo índices de criminalidade, mas querendo diminuir ainda mais. O coronel Mohr é um profissional extremamente preparado para dar continuidade a esse trabalho."
O vice-governador também falou sobre o perfil do novo comandante, e comparou-o com Ikeda.
"Assim como a manutenção de Ikeda no comando da BM desde o governo anterior, a escolha de Mohr se deu pelo caráter técnico: ele é extremamente preparado para dar continuidade à redução dos indicadores de criminalidade, assegurando a melhoria da sensação de segurança para a população", defendeu.
Formação
Formado pela Academia de Polícia Militar (APM), o futuro comandante-geral da BM concluiu os cursos de Formação de Oficiais (1990), Avançado de Administração Policial Militar (2002) e Especialização em Políticas e Gestão de Segurança Pública (2016).
Também realizou os cursos de Extensão em Política, Estratégia e Gestão pela Adesg (2010), de Gestão Pública Moderna pela FDRH (2007) e de técnica de ensino da Marinha do Brasil (2006). Em 2003, obteve a formação de instrutor do Programa de Prevenção às Drogas e à Violência da Polícia Militar de Santa Catarina.
Mohr tem também licenciatura em Letras pela UFRGS (2001) e pós-graduação em Gestão da Segurança na Sociedade Democrática pela Ulbra (2009).
Detentor de 11 medalhas e 15 comendas, Mohr foi promovido a coronel em agosto de 2019.
As informações foram divulgadas pela secretaria da Segurança Pública do Estado.
Atual comandante anuncia aposentadoria
O anúncio oficial de que o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Mario Ikeda, 53 anos, deixará a corporação foi feito nesta segunda-feira (4). Com 34 anos de BM e a poucos meses de completar o tempo-limite para permanência na corporação, o coronel deixa o comando do órgão em função das mudanças nas normas da Previdência.
Ikeda, que foi mantido pela gestão de Eduardo Leite a frente da BM, pode perder benefícios se não for para a reserva, por causa das mudanças que vieram com a reforma da Previdência. Se o coronel Ikeda se aposenta antes das alterações, leva para a inatividade a função gratificada de comandante-geral da Brigada Militar (R$ 3.864).