A esposa do secretário municipal de Itaqui, Germano Aires Garcia Ferner, 58 anos, encontrado morto em agosto deste ano, em Viamão, foi indiciada junto com outras quatro pessoas pelo homicídio duplamente qualificado do marido. Técnica de enfermagem, Solange Ferner, 44 anos, presa no mês passado em Porto Alegre, é suspeita de ser a mandante do crime. O motivo seria interesse no dinheiro da vítima.
Um dos indiciados é o presidiário Flamaryon Nunes, detido em Charqueadas. De acordo com o delegado Guilherme Calderipe, da Delegacia de Homicídios de Viamão, ele é ex-companheiro de Solange e ainda mantinha contato com ela.
Dos cinco acusados, apenas Ricardo Oliveira de Souza segue foragido. Ele é apontado como o executor do crime. Também foram indiciados por envolvimento no crime Adilson Oliveira da Silva e Luana Virgínia da Silva Lino. O homem é motorista de aplicativo e fez a corrida que resultou na morte da vítima, e a mulher foi usada como isca para atrair o secretário à emboscada.
Segundo Calderipe, ela marcou encontro com Ferner por meio de um aplicativo de mensagens e havia dito que tinha interesse nele. O inquérito aponta Flamaryon como o responsável por executar o plano de dentro da cadeia.
— A única que negou tudo em depoimento foi a mulher da vítima, os demais que foram ouvidos confessaram envolvimento. A mulher usada como isca e o motorista de aplicativo disseram que participaram, mas não sabiam do plano para matar a vítima. Já o presidiário assumiu que organizou tudo sozinho — explica Calderipe.
O corpo da vítima foi encontrado na estrada Caminho do Meio, em Viamão, no dia 21 de agosto, com várias marcas de tiros. Ferner estava na Região Metropolitana para participar de um seminário em Porto Alegre. Após o divórcio de sua primeira esposa, o secretário passou a manter relacionamento com Solange, que é da Capital.
Calderipe afirma ainda que a vítima teria contraído uma série de dívidas por comprar bens para companheira. Ele repassou, inclusive, uma casa e um carro para ela.
O delegado ressalta que Solange, Flamaryon e Souza tiveram prisão preventiva decretada. Ela segue presa; Flamaryon já estava no sistema prisional; e Souza não foi localizado. Já Silva, o motorista de aplicativo, e Luana, usada como isca, tiveram prisão temporária decretada e atualmente estão soltos.