O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou, na tarde desta quinta-feira (3), que será apurada "com rigor" a suspeita de que policiais militares tenham tentado roubar o projétil que matou a menina Ágatha Félix, de oito anos, em uma Kombi no Complexo do Alemão.
Uma reportagem publicada pela revista Veja afirma que "entre dez e vinte" policiais militares tentaram ingressar no hospital Getúlio Vargas, na Penha, onde a menina foi levada, para roubar o projétil. A equipe médica, segundo a revista, se negou a entregar a bala.
"Os fatos, se comprovados, são inadmissíveis. Os culpados serão punidos", afirmou Witzel.
A revista afirma que as equipes que atenderam o caso ainda não prestaram depoimento porque temem represálias. A Polícia Civil investiga o caso, mas não obteve ainda imagens da ida dos PMs ao hospital.
Perícia inconclusiva
No dia 25 de setembro, a polícia concluiu que o projétil que atingiu Ágatha Félix, de oito anos, morta no Complexo do Alemão no Rio de Janeiro no dia 20 de setembro, tem formato "adequado a armas de fogo do tipo fuzil", mas não está em condições de ser comparado às sete armas apreendidas com policiais militares que estavam trabalhando na noite em que a menina foi morta.
Isso porque foi encontrado dentro do corpo da criança apenas um fragmento deformado desse projétil. Segundo o laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), ele consiste em um núcleo de chumbo endurecido, sem seu revestimento metálico, pesando 4,5 gramas e medindo até 21,55 mm de comprimento.
Não será possível saber nem o calibre da arma que foi disparada. O projétil está "destituído de elementos técnicos para determinar calibre nominal, número e direcionamento das raias (ranhuras que indicam o calibre), bem como de microvestígios de valor criminalístico, fato que o torna inviável para o exame microcomparativo", diz o relatório.