A Polícia Civil divulgou na manhã desta quinta-feira (15) a prisão de um traficante em Porto Alegre que vendia drogas sintéticas pelos Correios para todo o Brasil. Ele usava envelopes especiais para passar pelo raio X e enviar os entorpecentes para clientes de classe média alta, bem como para frequentadores de festas com música eletrônica e casas noturnas da Região Metropolitana.
Os agentes ainda descobriram que o investigado montou um centro de distribuição de drogas em uma sala comercial de um prédio no bairro Jardim São Pedro, zona norte da Capital. Todos os contatos eram feitos via WhatsApp.
A prisão ocorreu no final da tarde de quarta-feira (14). De acordo com o titular da 1ª Delegacia do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), delegado Thiago Bennemann, o traficante também vendia drogas em geral, mas principalmente as sintéticas — como ecstasy e LSD.
Primeiro, o criminoso fazia contatos pelo WhatsApp para ofertar os entorpecentes, mas também para combinar quantidades, valores, endereços e até mesmo locais de entrega. Em Porto Alegre, ainda se investiga se terceiros também entregavam as drogas. Bennemann destaca que até agora não se sabe se tem mais envolvidos no esquema e não descarta que o suspeito agia sozinho.
O traficante, que tem 34 anos, possui antecedentes criminais justamente por tráfico de drogas. Ele não está tendo o nome divulgado por uma decisão da própria Polícia Civil.
— Estamos vendo mais detalhes e procurando mais suspeitos, bem como a procedência dessa droga. Além disso, descobrimos que o preso gostava de aparecer nas redes sociais em festas ou em locais de turismo sempre com várias pessoas — ressalta Bennemann.
Segundo a investigação do Denarc, várias drogas e materiais foram apreendidos no centro de distribuição montado pelo traficante. Foram localizados selos para colocar nos comprimidos de ecstasy com as figuras do Coringa, Simpsons, entre outros personagens, além de vários envelopes que seriam utilizados para que os entorpecentes não fossem detectados pelo raio X nos Correios.
Ao todo, foram apreendidos 500 comprimidos de ecstasy, 100 gramas de metilenodioximetanfetamina — o chamado MD que é o princípio ativo do ecstasy —, dois quilos e meio de maconha, quetamina — substância de uso veterinário ou para pessoas com atuação no sistema nervoso central —, LSD, anabolizantes e diversos materiais para armazenar e embalar as drogas.
Parte do entorpecente apreendido já estava embalada em envelopes dos Correios e endereçada para entregar a destinatários. A polícia ainda apura algumas questões como movimentação financeira e quantidade de drogas comercializadas pelo investigado.