O júri de mais um acusado de simular um assalto para matar empresária Sônia Khaled, 44 anos, em São Borja, na Fronteira Oeste, segue nesta quinta-feira (4). O julgamento, do crime que ocorreu em novembro de 2015, ocorre no fórum do município. O crime aconteceu em novembro de 2015.
Está sentado no banco dos réus Maurício Mariano (acusado de ajudar o marido da vítima a planejar o crime e recrutar os executores). A sentença deve sair ainda nesta quinta. O julgamento de Bruno Silveira Aires (apontado como o autor dos disparos) também estava previsto para começar nesta quinta, mas foi suspenso. Segundo o Tribunal de Justiça, a defensora pública de Bruno passou mal e não pode comparecer. Uma nova data ainda não foi definida.
Na noite de quarta-feira (3), os sete jurados do conselho de sentença condenaram o marido de Sônia, Husen Kasem Khaled, a uma pena de 30 anos de reclusão por ter sido o mandante da morte da esposa por motivação financeira. Husen foi considerado culpado por homicídio quadruplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio), e não poderá recorrer em liberdade.
Também foi condenado a 24 anos de reclusão em regime fechado Valdemir Trindade Rodrigues por homicídio triplamente qualificado. Conforme a denúncia, ele ajudou na negociação entre Husen e os homens contratados para matar Sônia, além de emprestar uma moto para os executores na noite do crime. Cabe recurso da decisão, mas os réus não poderão apelar em liberdade.
Como o processo sofreu uma cisão, outros três acusados (Tiago Vargas Motta, Jean Aldemar de Ávila Weber e de José Carlos Neves Moreira) serão julgados em outra data, ainda não definida.
Relembre o caso
Sônia foi morta no dia 6 de novembro de 2015, quando foi rendida dentro de casa e levada para uma rua distante e assassinada com quatro tiros. Inicialmente, o caso foi investigado como latrocínio (roubo com morte). No entanto, após o início da investigação e prisão de um dos suspeitos, a Polícia Civil chegou ao nome do marido da vítima e apurou o crime de feminicídio. A motivação seria financeira.
Contrapontos
O que diz Husen Kasen Khaled
No processo, a defesa do empresário pediu a invalidade das informações contidas no acordo de delação premiada firmado pelo réu Tiago Vargas Motta. Também pediu a impronúncia (não ser levado ao Tribunal do Júri) por entender que inexistem indícios mínimos de autoria ou participação dele no crime.
O que dizem Valdemir Trindade Rodrigues e Bruno Silveira Aires
Durante o processo, a defesa de Rodrigues e Aires alegou inépcia da denúncia e nulidade do acordo de delação premiada com outro réu, Tiago Vargas Motta. Rodrigues e Aires negam o envolvimento no crime e a defesa deles afirma que não há provas suficientes da participação.
O que diz Maurício Mariano
Negou a participação no crime e alegou falta de provas.