A Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente de Canoas deflagrou na manhã desta quinta-feira (25) a segunda fase da Operação Innocentia, de combate à pedofilia. Vinte e cinco policiais, com apoio de três peritos do Instituto-Geral de Perícias (IGP), cumprem três mandados de busca e apreensão na cidade e em Sapucaia do Sul.
Oito suspeitos são investigados há quatro meses por compartilhamento e manutenção de material pornográfico contendo imagens de crianças e adolescentes. Dois foram presos em flagrante nesta quinta.
Outros cinco já haviam sido detidos anteriormente, sendo dois na semana passada — segundo a polícia, a prisão deles não foi divulgada para não prejudicar a investigação. Os peritos do IGP acompanharam o cumprimento das ordens judiciais para possibilitar as prisões em flagrante por meio da emissão imediata de laudos que comprovem os delitos praticados.
— Prisão em flagrante já com prova técnica, com prova pericial junto aos computadores — ressalta o delegado Pablo Rocha, responsável pela apuração.
O delegado afirma que a pedofilia ocorria por meio do compartilhamento de fotos e vídeos — materiais para captação e gravação de imagens foram apreendidos —, mas também estão sendo analisados contatos por meio do WhatsApp. A polícia ainda apura o número de vítimas. Em uma próxima etapa, pessoas que teriam adquirido materiais pornográficos serão investigadas.
O diretor da 2ª Delegacia de Polícia Metropolitana, delegado Mario Souza, afirma que a Operação Innocentia prosseguirá em caráter permanente, buscando a redução dos índices e a punição dos criminosos.
— Além da criação do cartório especializado em crimes sexuais, foram adotadas medidas de qualificação do setor de inteligência para que as ações investigatórias tenham a maior qualidade na produção de provas — diz Souza.
O diretor não descarta que tenha ocorrido produção de vídeos e fotos, mas isso só poderá ser confirmado com o trabalho pericial e com a conclusão do inquérito. Também está sendo investigada possível remuneração dos criminosos por grupos ou por terceiros, inclusive de fora do país.
Os crimes investigados preveem penas de prisão de até oito anos em caso de produção, de até cinco anos em caso de compartilhamento e de até quatro anos em caso de armazenamento de imagens. Os nomes dos presos só serão divulgados após a conclusão do inquérito, previsto para ocorrer nos próximos 10 dias.