As dependências da igreja da Paróquia de São Carlos, localizada no centro do município de Anta Gorda, no Vale do Taquari, não foram suficientes para abrigar todos os participantes das solenidades que, neste domingo (9), homenagearam o bancário Jacir Potrich, 55 anos, pedindo justiça no caso. Muita gente precisou acompanhar a missa do lado de fora.
Potrich está desaparecido desde o dia 13 de novembro. Para a polícia e o Ministério Público, ele foi vítima de homicídio. Seu vizinho, de quem havia sido amigo durante muitos anos, o dentista Carlos Alberto Patussi, 52 anos, foi indiciado, denunciado e é réu na Justiça por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Ele chegou a ser preso duas vezes, mas atualmente responde em liberdade.
Após a missa, liderados pela esposa de Potrich, Adriane, e pelo filho do casal, Vinícius, os participantes saíram em caminhada até o condomínio onde a vítima morava e o acusado ainda reside.
Durante o culto, Adriane, que havia feito convocação com a publicação de um anúncio de sobrecapa em um jornal local, explicou o propósito:
— O momento é de dizer adeus e pedir justiça.
Depois, a mulher pediu que a caminhada fosse silenciosa. Ela própria, porém, interrompeu o silêncio ao puxar uma salva de palmas quando passaram na frente da agência do Sicredi, da qual o marido era gerente. Em um segundo momento, um coral, que participou da missa e da caminhada, entoou cantos religiosos na frente de uma gruta localizada no trajeto. No final, os participantes jogaram rosas brancas no pátio do condomínio e, um a um, cumprimentaram, emocionados, os familiares do gerente.
GaúchaZH ainda tenta contato com o advogado Paulo Olímpio de Souza, defensor do dentista.