Pouco mais de quatro anos depois da morte do traficante Cristiano Souza da Fonseca, o Teréu, dentro da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), três réus pelo crime serão julgados na próxima segunda-feira (3). O trio é o primeiro dos nove réus a ser julgado.
Apesar de o processo ter ocorrido na 1ª Vara Judicial de Charqueadas, os julgamentos foram transferidos para a 1ª Vara do Júri do Foro Central de Porto Alegre e será dividido em três partes. Além do júri marcado para a próxima semana, outras três pessoas sentarão no banco dos réus em 4 de julho e duas em 8 de agosto. Um nono acusado, Paulo Leonardo Paixão Moraes, morreu durante o andamento do processo, em junho de 2016.
Por questões de segurança e garantia da ordem pública, houve o desaforamento deste processo, ou seja, a troca de foro para a realização do júri. Pelo grande número de réus, foi feita uma cisão do julgamento.
Às 9h30min da próxima segunda-feira (3), serão julgados Rudinei Pereira da Silva, Rudinei Henrique de Abreu e Luciano Alves Pereira. Na segunda etapa, em julho, vão a júri Paulo Márcio Duarte da Silva, conhecido como Maradona, Daniel Pereira Lopes e Érick Brum Paz. Já em agosto, será a vez de Ubirajara da Silva Barbosa e Fernando Gilberto de Oliveira Araújo. O crime apurado é o de homicídio qualificado. Durante os julgamentos será montado um forte esquema de segurança.
Réus
Dos nove réus, cinco deles estiveram em uma penitenciária federal, em Rondônia. Apenas Barbosa segue em Porto Velho. Atualmente, Paz está na Penitenciária Modulada Estadual de Osório e os outros seis estão na Pasc.
Juntos, cinco dos acusados têm 252 anos de condenação por outros crimes, como latrocínio, homicídio, tráfico de drogas, associação para o tráfico, furto, roubo e porte ilegal de arma. A soma se refere as penas dos apenados que estiveram na penitenciária federal e o que ainda está em Rondônia.
Segundo o Tribunal de Justiça (TJ), Barbosa tem pena de mais de 52 anos de prisão, Paulo Márcio tem condenação de 97 anos, Alves de 61 anos, Silva de 33 anos e Abreu já cumpriu 9 anos.
Os advogados que defendem os réus, Tatiana Borsa, Mateus Marques, Fabiano Feliciano e Camila Kersch informaram que só irão se pronunciar no dia do júri.
Crime
Teréu era investigado por comandar o tráfico de drogas no Beco dos Cafunchos, na zona leste de Porto Alegre, e teve uma desavença entre 2014 e 2015 com o até então aliado Alexandre Goulart Madeira, o Xandi, que era apontado por comandar o tráfico no Condomínio Princesa Isabel, no bairro Santana.
Xandi foi assassinado no início de 2015 em Tramandaí e o principal suspeito de ser o mandante era justamente Teréu. Quatro meses depois, Teréu foi morto no refeitório da Pasc, em 7 de maio. A perícia confirmou que a morte se deu por estrangulamento.
Depois de a morte ser confirmada, os suspeitos "surfaram" sobre o corpo da vítima como forma de comemoração. Toda a cena foi gravada em imagens de câmeras de segurança. Segundo o próprio Tribunal de Justiça, crime foi diretamente executado por Pereira, Abreu e Silva, os primeiros que serão julgados.