Um homem morreu e mais duas pessoas ficaram feridas, incluindo um menino de 11 anos, durante uma ação da Polícia Militar na zona oeste do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (10). O caso ocorreu na comunidade Vila Aliança, no bairro de Bangu, na zona oeste da capital fluminense.
De acordo com a versão da PM, policiais realizavam um patrulhamento no local quando foram atacados por criminosos que estavam em motocicletas e houve confronto. Leonardo Rodrigues dos Santos, 25 anos, teria sido encontrado já morto no vasculhamento da área e as outras duas vítimas, baleadas.
Ambas foram levadas ao Hospital Municipal Albert Schweitzer. O garoto de 11 anos permanecia internado em estado grave na CTI (Centro de Tratamento e Terapia Intensiva) da unidade até a tarde deste sábado (11), segundo a Secretaria Municipal de Saúde. A identidade e o estado de saúde do segundo atingido não foram informados.
Na manhã em que o caso ocorreu, nas redes sociais, a Polícia Militar chegou a identificar os feridos como criminosos e disse que apreendeu duas pistolas, dois rádios transmissores e "farta quantidade de entorpecentes". Em nota à imprensa neste sábado, porém, afirmou que as vítimas foram achadas já baleadas e que foram apreendidas três pistolas e 640 papelotes de maconha.
Familiares e conhecidos do homem que morreu confrontam a informação de que ele seria criminoso e dizem que ele era mototaxista.
— Leonardo era trabalhador, mototaxista, entregador de lanche. Sempre trabalhou, desde os 13 anos de idade — disse a prima da vítima, Maiara Rodrigues, ao telejornal RJTV, da Globo.
Uma internauta também comentou: "Que isso! (sic) Toda vez que eu voltava do culto sempre pegava moto com esse rapaz. No caminho ele sempre falava de Jesus. Meu Deus. Que Pai venha consolar o coração dos familiares e amigos".
Em protesto à ação da PM, um grupo queimou objetos e fechou uma das principais vias que cortam a comunidade Vila Aliança na noite de sexta.
Mortes envolvendo policiais em serviço
O número de mortes em ações policiais no estado do Rio de Janeiro vem crescendo desde 2014. Elas mais do que triplicaram nesse intervalo: saltaram de 416 em 2013 para 1.534 no ano passado. No primeiro trimestre deste ano, foram quase cinco óbitos por dia — 434, ante 368 no mesmo período de 2018.
A quantidade de policiais militares e civis mortos em serviço também subiu. Duplicou de 16 em 2013 para 32 no ano passado. Se considerado só o primeiro trimestre deste ano, foram oito óbitos, quatro a menos do que nos primeiros três meses de 2018. A maioria das mortes de agentes ocorrem quando estão de folga.