Anunciados há quatro meses, os contêineres comprados para desafogar as delegacias de Novo Hamburgo e São Leopoldo, no Vale do Sinos, ainda estão vazios. As estruturas – compradas com verba da Vara de Execuções Criminais Regional de Novo Hamburgo – não podem começar a ser usadas enquanto policiais não estiverem no local.
No total, são dois contêineres, adquiridos por R$ 70 mil, que ficam em uma área anexa do Instituto Penal de Novo Hamburgo (IPNH). Cada um tem capacidade para abrigar até 16 presos, além de banheiro, espaço para algemar os detentos, se necessário, e ar-condicionado antifurto.
A medida só poderá ser colocada em prática quando policiais militares começarem a trabalhar no local. Eles serão responsáveis por garantir a segurança e a fiscalização da rotina dos presos provisórios.
O juiz Carlos Fernando Noschang Junior destaca a importância da medida, que deve auxiliar no trabalho policial:
— As condições dos presos em delegacias são ruins também para os policiais, que deveriam estar na rua, ou investigando, e precisam fazer a função de carcereiros. O governo tem mostrado empenho e estamos aguardando a chegada de policiais militares. A gente tem que ficar pressionando, mas não tenho a impressão de que algo possa dar errado — afirma.
A iniciativa local teve amparo do então secretário de Segurança Pública, Cezar Schirmer, que prometeu que seriam disponibilizados servidores. O atual secretário, Ranolfo Vieira Jr., também se comprometeu com o projeto.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que já foram selecionados 12 policiais militares inativos, que integram o Corpo Voluntário de Militares Estaduais Inativos da Brigada Militar. A atuação dos PMs depende, agora, de análise que está tramitando na Secretaria Estadual da Fazenda, já que há restrições de gasto com pessoal.
Questionada, a SSP informou que o caso é tratado como prioridade.