A Polícia Civil realizou operação, na manhã desta terça-feira (12), contra suspeitos de serem os responsáveis por administrar os negócios de dois líderes de uma facção criminosa que tem base na zona leste de Porto Alegre. Apontados como traficantes considerados perigosos, já presos e com vários antecedentes criminais, esses chefes manteriam gerentes e contadores operando na venda de drogas.
Um advogado está entre os presos. Segundo a polícia, ele seria responsável por guardar drogas e armas para os criminosos.
Sob a coordenação do delegado Arthur Raldi, da Delegacia de Capturas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), cerca de 60 agentes cumpriram 13 mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão na Capital, em Alvorada e em Gravataí.
Dos 13 alvos dos mandados de prisão, três já estavam presos – incluindo um dos homens apontados como líderes da facção. Até as 9h30min desta terça, outras cinco pessoas foram detidas.
Líderes da facção
Os homens apontados como líderes da organização criminosa são Luis Fernando da Silva Soares Júnior, o Júnior Perneta, e Gustavo da Silva Deporte, o Queimado.
O primeiro foi preso no ano passado, no Paraguai, quando era considerado o criminoso mais procurado do Estado – constando inclusive na lista da Interpol. Depois disso, ele foi transferido para um presídio federal em Mossoró (RN), onde o mandado de prisão será cumprido.
Já Gustavo da Silva Deporte havia sido preso em 2017 pela polícia gaúcha no Paraná, após ter saído da Argentina para conferir a reforma de um apartamento que comprou no litoral daquele Estado. Atualmente, usava tornozeleira eletrônica após progressão de regime e foi preso no sótão de uma residência na Capital.
O restante dos investigados – que não tiveram os nomes divulgados – é um grupo que, segundo a polícia, dá apoio, gerencia, contabiliza e organiza as finanças dos dois líderes.
— Nós estamos, literalmente, fechando a investigação de 2017, após irmos no Paraguai, dando informações para a polícia de lá prender o Perneta, também conhecido como Museo, e de prender em Matinhos, no Paraná, o Queimado. Mesmo presos, recebiam todo apoio logístico e financeiro para o tráfico por parte dos chamados "braços direitos" deles — afirma Raldi.
A reportagem tenta contato com a defesa dos citados, mas ainda não obteve retorno.