O Ministério Público de Goiás (MP-GO) realizou, nesta sexta-feira (21), coletiva de imprensa para divulgar dados sobre a força-tarefa montada para apurar relatos de abusos sexuais supostamente cometidos pelo médium João de Deus. Os promotores afirmaram que o e-mail criado para a investigação recebeu 596 contatos e identificou 255 possíveis vítimas do religioso, das quais 20 são do Rio Grande do Sul. Até o momento, 75 pessoas foram ouvidas formalmente.
O MP-GO informou que também recebeu denúncias de países como Estados Unidos, Austrália, Alemanha, Bélgica, Bolívia e Itália.
Os integrantes do MP informaram que vão continuar colhendo os depoimentos das vítimas e do próprio investigado. Em seguida, devem apresentar denúncia criminal de ao menos três casos, nos quais os promotores identificaram indícios de estupro, violência sexual mediante fraude e estupro de vulnerável.
Segundo os promotores, as vítimas relatam que o médium se aproveitava da fé dos frequentadores, do respeito que elas tinham por ele e da fragilidade das pessoas para cometer os crimes.
Novo pedido de prisão
Nesta sexta-feira, o juiz Liciomar Fernandes da Silva, do Tribunal de Justiça de Goiás, acatou novo pedido de prisão preventiva contra o médium, que está preso desde o último domingo (16). A nova prisão foi decretada por suposto porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e restrito.
A Polícia Civil de Goiás apreendeu, também nesta sexta-feira, pedras preciosas, medicamentos e uma mala com dinheiro em três endereços ligados a João de Deus. Entre os locais está a Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, onde ele fazia os atendimentos espirituais.