Familiares da mulher assassinada pelo ex-companheiro preparam uma caminhada nesta segunda-feira (17), na zona sul de Porto Alegre. O ato terá início depois da missa do sétimo dia da morte da bancária Michele Pires, 35 anos. Os manifestantes vão partir da Capela Nossa Senhora Aparecida, em Ipanema, e irão em direção ao apartamento onde aconteceu o crime, na Avenida Juca Batista. O percurso tem cerca de dois quilômetros.
Os envolvidos na marcha vão utilizar camisetas com a foto da Michele. A intenção da manifestação é fazer uma homenagem à bancária e conscientizar a sociedade sobre a violência contra a mulher.
— Levaremos cartazes com dados e nomes de outras vítimas do feminicídio — salienta o tio de Michele, Marcos Pires.
Michele fazia um jantar para amigos no apartamento quando o ex-companheiro invadiu o local. Não há registro da passagem dele pela portaria do condomínio e a informação é de que ele teria pulado um muro. Ao chegar ao apartamento da ex-companheira, o policial mostrou as mãos machucadas e alegou estar precisando de ajuda.
Testemunhas disseram que uma discussão entre os dois começou e, em seguida, o homem teria dito que "de hoje não passava", sacado uma pistola .380 e atirado três vezes. A mulher morreu no local. O soldado foi preso por um vizinho da vítima, que é policial civil. A arma era de uso particular do PM e estava registrada. O filho da vítima, de 12 anos, estava no apartamento.
Cerca de 12h antes do crime, a bancária tinha procurado a Delegacia da Mulher. Segundo a delegada Tatiana Bastos, a mulher foi chamada pela Polícia Civil. A investigação havia recebido denúncia da mãe da vítima sobre as ameaças que a bancária estaria sofrendo.