Um dos dois criminosos presos na madrugada desta quarta-feira (5) pelo ataque a bancos em Ibiraiaras, no norte do RS, é conhecido da Polícia Civil por um crime em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana, em 2004. Em dezembro daquele ano, dois vigilantes de uma empresa de segurança foram assassinados em um ataque a carro-forte no calçadão, um dos pontos mais movimentados da cidade.
Na ocasião, Rogério da Silva Barcelos foi indiciado pelo crime na investigação da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), a mesma unidade que, agora, apura o ataque aos bancos.
O delegado Cléber Santos Lima, que participou da ação em 2004, reconheceu o criminoso pelas pintas ao lado do rosto. Após o ataque em Sapucaia, ele foi encontrado em um casebre da Vila Ipê, bairro Jardim Carvalho, na zona leste de Porto Alegre.
— Ele estava dormindo com uma (pistola) 9 mm debaixo do travesseiro. Quando chegamos, impedimos qualquer reação. Era uma pessoa violenta — afirmou o delegado.
Barcellos foi condenado a 29 anos de prisão em agosto de 2006 por latrocínio e formação de quadrilha. No mesmo processo, foi condenado Ubirajara da Silva Barbosa, o Bira, envolvido em crimes como a morte do traficante Cristiano Souza da Fonseca, o Teréu, dentro da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas. A pena foi aumentada para 33 anos na segunda instância.
Por envolvimentos em outros episódios de roubo, extorsão e tráfico de drogas, Barcelos somou condenações com penas de 51 anos de prisão. Isso, entretanto, não impediu a progressão de regime. Em março deste ano, a Justiça entendeu que ele completou os requisitos e o encaminhou para o regime semiaberto. Em junho, o mesmo juiz responsável pela progressão determinou retorno para o fechado, mas Barcelos nunca mais se apresentou.
Na manhã desta quarta-feira (5), ele deixou a delegacia de Lagoa Vermelha, após prestar depoimento, e foi levado para o presídio estadual da cidade. Em depoimento informal aos policiais, ele admitiu que largou parte do dinheiro e armas na mata por onde a quadrilha fugiu.
Seis dos assaltantes foram mortos pelo Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Brigada Militar, que já sabia que ocorreria um ataque a banco na região e enviou uma tropa antes, junto com um helicóptero. Outros dois foram presos. A ação também resultou na morte de um refém, Rodrigo Mocelin da Silva, 37 anos.
GaúchaZH aguarda retorno da Vara de Execuções Criminais de Novo Hamburgo sobre os motivos para progressão de regime do criminoso.