O grupo desarticulado na operação deflagrada na manhã desta terça-feira (27), em sete cidades da Região Metropolitana, não contava apenas com ladrões de gado, mas também com receptadores. Dos 50 investigados, três são donos de quatro mercados.
Dois estabelecimentos ficam em Cachoeirinha (Super Dornelles e Mercado do Nono), um em Esteio (Gabé) e outro em Canoas (Super Dornelles) – cidade que, segundo a apuração, seria a base da quadrilha. Alberto Dorneles, André Bastos de Araújo e Miro Dragetti foram presos por suspeita de receptação.
Em um dos mercados, em Cachoeirinha, foi encontrada mais de uma tonelada de carne imprópria para consumo.
O delegado Cristiano Ritta, responsável pela Operação Patrulha – da Delegacia de Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrab) –, investiga mais suspeitos por este tipo de crime e também por furto de gado. Por enquanto, dos 50 identificados, 24 tiveram prisão preventiva decretada. A polícia já contabiliza 19 prisões.
Os dois suspeitos apontados como líderes dos grupos que formavam a organização criminosa são Joari Silveira de Oliveira e João Carlos Fogaça da Silva. GaúchaZH tenta contato com as defesas dos suspeitos, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O mesmo ocorre em relação aos mercados.
Operação contra abigeato
Conforme a polícia, a organização criminosa – considerada a maior do Estado – agiria há vários anos e era investigada desde maio deste ano, após furtos em área rural de Santo Antônio da Patrulha. Desde então, o grupo teria realizado o roubo de mais de 500 cabeças de gado, implementos agrícolas e de residências rurais, um prejuízo estimado de R$ 1,2 milhão às vítimas.
São 20 inquéritos instaurados, mas ainda são apuradas cerca de 50 ocorrências em uma área de atuação que vai de Capão da Canoa, no Litoral Norte, passando pela Região Metropolitana, e indo até Camaquã, no sul do Estado.
— Esta é a maior operação contra abigeato do Rio Grande do Sul, uma das maiores do Brasil — diz Ritta.