Agentes da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) prenderam na manhã desta quarta-feira (10) o suspeito de matar uma mulher dentro de um motel na zona sul de Porto Alegre. O corpo de Gabriela da Rosa Silva, 18 anos, foi encontrado em 3 de outubro.
O suspeito é Airton Luis Fagundes Aires, 45 anos. Ele foi preso preventivamente em sua casa no bairro Vila Nova, na Zona Sul. Em depoimento à polícia, o homem confirmou ter estado com Gabriela, mas negou tê-la matado, conforme a delegada Tatiana Bastos.
— Ele afirma que os dois consumiram bastante drogas, mas que não lembra direito do que teria acontecido no dia — salienta a delegada.
A polícia chegou até o suspeito por meio de digitais encontradas no quarto, que passaram por uma análise e comparação das existentes no banco de dados do Instituto-Geral de Perícias (IGP). Foram coletados materiais genéticos na genitália da mulher e resíduos embaixo das unhas dela, o que indica que ela teria tentado se defender. Com a prisão, o DNA dele deve ser comparado com esses resquícios.
Além disso, testemunhas reconheceram o homem. Com a prisão de Aires, a polícia tem mais 10 dias para concluir o caso.
Vítima deixa filho de seis meses
A mãe de Gabriela, Gerci da Rosa, relata que a filha era usuária de drogas desde os 11 anos. O pouco dinheiro que ela conseguia juntar com o trabalho de serviços gerais era gasto para pagar as nove internações da filha. Em seis oportunidades, ficou de 20 dias a um mês reclusa. Na última ocasião, passou três meses sob cuidados médicos.
Devido ao consumo de drogas, segundo a mãe, a jovem apresentava comportamento agressivo. Chegou inclusive a bater no ex-companheiro em um ataque de fúria, e decidiu terminar o relacionamento em maio deste ano. A jovem deixou o colégio e, conforme Gerci, parou na 5ª série.
Quando soube que a filha estava grávida, a mãe imaginou que Gabriela tomaria novo rumo. Mas, logo que o bebê completou um mês, o laço materno com o menino ficou estremecido. Ela reclamava que seria trabalhoso cuidar do pequeno. A avó, preocupada, assumiu a responsabilidade. Com o dinheiro da pensão do pai, cerca de R$ 300, colocou o menino em um creche no período que trabalhava.
— Se falasse alguma coisa, ela gritava e dizia que já tinha 18 anos – lembra.
Segundo a polícia, a jovem tinha antecedentes por roubo e agressão. A família acrescenta que Gabriela chegou a ficar internada na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase) pelos delitos.