A Federação Israelita do Rio Grande do Sul (FIRS) afirmou, por meio de nota, que "justiça foi feita" com a condenação dos acusados de atacar um grupo de judeus no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, em 2005. Os três réus foram sentenciados a penas que somam 38 anos e oito meses de prisão em júri, na noite desta quarta-feira (19), na Capital.
No comunicado, o presidente da federação, Zalmir Chwartzmann, afirmou que a decisão é importante para "conscientizar sobre os perigos do discurso de ódio e da intolerância":
"O julgamento de hoje entra para a história da Justiça brasileira, não só para a comunidade judaica, mas para toda sociedade, que precisa combater o ódio e o discurso de ódio dos radicais", disse.
Julgamento
Após dois dias de julgamento, Thiago Araújo da Silva e Laureano Vieira Toscani foram condenados a 13 anos de prisão, e Fábio Roberto Sturm a 12 anos e 8 meses de detenção.
Laureano cumprirá a pena em regime inicial fechado e não poderá recorrer em liberdade. Segundo a Justiça, haveria risco de fuga por ele morar nos Estados Unidos. Ele saiu algemado da sessão. Thiago e Fábio poderão recorrer livres da sentença. Para a acusação, o trio fazia parte de um grupo neonazista.
No júri, os réus negaram a participação no crime. Para o Ministério Público (MP), o crime foi cometido por discriminação. A promotora Andréa de Almeida Machado relatou que uma das vítimas tem medo de voltar a usar o quipá.
Entenda o caso
Segundo denúncia do MP, os três réus seriam integrantes de um grupo chamado “Carecas do Brasil”, que divulgava ideias discriminatórias na internet e conteúdos antissemitas e nazistas, pregando a supremacia da raça ariana. Além dos três réus, há outros 11 acusados que devem ir a júri pelo crime em uma outra data a ser definida.
Saiba a diferença
Alguns grupos neonazistas são oriundos dos skinheads (movimento jovem). Mas não necessariamente um skinhead é simpatizante dos neonazistas. Esses grupos extremistas surgiram após a morte de Adolf Hitler, e seguem suas ideias de segregação racial.