Na sexta-feira, 17 de agosto, Vera Lucia Nascimento dos Santos, 69 anos, telefonou para a neta. Queria saber se iriam tomar chimarrão juntas, como costumavam fazer. Thamara Cristina de Andrade Barbosa, 22 anos, prometeu visitá-la durante a noite ou no domingo. Foi o último contato com a família. A jovem, que morava com parentes do companheiro no bairro Agronomia, na zona leste de Porto Alegre, está desaparecida há três semanas.
O irmão Fagner Barbosa, 25 anos, procurou a polícia, fez buscas por conta, espalhou cartazes e divulgou fotos em redes sociais. Tudo na tentativa de receber alguma informação sobre o paradeiro de Thamara. Por incontáveis vezes, ligou para a irmã. Mas o celular permanece desligado.
— Infelizmente ainda não encontramos. Toda vez que alguém diz ter visto eu vou até o lugar. Tento ligar periodicamente, na esperança de algo, mas até agora nada — relata o rapaz.
Por telefone, pessoas já contaram ter visto Thamara na Cidade Baixa, no bairro Bom Jesus, na Azenha e em outros locais da Capital. Nenhuma das informações foi confirmada. Para o irmão, a hipótese da jovem sumir sem avisar a família é quase insustentável.
— É a mais apegada dos netos. Se precisasse sumir, a primeira pessoa que ela avisaria seria nossa avó. Nunca desaparecia e deixaria ela preocupada assim — conjectura.
Thamara estava desempregada há três meses, após trabalhar na cafeteria de um shopping da Capital. A jovem, que residia atualmente com a sogra e cunhados na Vila dos Herdeiros, frequentava um curso de cabeleireiro. O companheiro está detido no Presídio Central há cerca de dois anos, onde a jovem costumava visitá-lo todos os fins de semana. No sábado à tarde, a avó de Thamara recebeu uma ligação onde ficou sabendo que a neta não tinha ido até o presídio naquela tarde. Depois disso, tentou contato, mas não conseguiu.
— Ela fazia visitas frequentes ao presídio. Os dois tinham planos para quando ele saísse, em cerca de um ano, queriam viajar, comprar a casinha deles — conta o irmão.
Roupas, documentos e celular sumiram
A família procurou os parentes do companheiro, que relataram ter visto a jovem pela última vez na tarde de sexta-feira (17). Não souberam informar com que roupas ela estava e nem que horas havia saído da residência. Quando falou com a avó, a jovem afirmou que permaneceria em casa.
— Disse para a vó que não podia vir naquela tarde porque estaria cuidando do filho da cunhada. Por isso viria a noite ou no domingo. Mas sumiu — conta Fagner.
A família percebeu a falta de algumas roupas da jovem, de um chinelo, dos documentos e do celular. A Polícia Civil ouviu familiares de Thamara, mas até agora não tem informações sobre o paradeiro.
— É o tipo de pessoa que todo mundo gosta. Não teria motivos para sumir — diz Fagner.
Colabore
O caso é investigado pela equipe da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, especializada em casos de desaparecimento. Sem pistas do paradeiro da jovem até o momento, a delegada Roberta Bertoldo pede que denúncias sejam encaminhadas à polícia. Thamara tem cerca de 1m60cm, cabelo comprido e tatuagens. Informações podem ser repassados pelo telefone 197, da Polícia Civil, ou 08006420121, do Disque Denúncia da Delegacia de Homicídios. O contato com familiares pode ser feito pelos telefone 51-984056224 ou 51-984186071.