O mês de julho teve 20 ataques a agências bancárias no Rio Grande do Sul. Em comparação com o ano passado, no entanto, a tendência é de redução. Com dois novos casos nesta quarta-feira (1º), o Estado tem 103 crimes desse tipo desde o começo do ano - 30 a menos do que no mesmo período do ano anterior, segundo levantamento de GaúchaZH.
Um dos últimos casos ocorridos em julho foi em Cerro Grande do Sul, na região sul do Estado, onde uma agência do Bradesco foi atacada por um grupo na madrugada de sábado (28). A explosão de um caixa eletrônico derrubou o muro de uma residência vizinha e matou um cachorro e um papagaio. Mais da metade das ocorrências de 2018 foram registradas nos meses de janeiro (20), maio (22) e julho (20), num total de 62 casos. Em 2017 foram, pelo menos, 29 ataques a bancos em julho.
Em relação aos crimes registrados em todo o ano, os dados indicam ainda que 62% desses ocorreram em municípios com menos de 20 mil moradores. É o caso das duas cidades com ataques a agências bancárias nesta quarta-feira. Juntas, Fontoura Xavier e Erval Seco somam apenas 18,3 mil habitantes.
Com 10,8 mil habitantes, Fontoura Xavier, na Região Norte, foi alvo de um grupo de criminosos armados nesta madrugada. Os bandidos chegaram na cidade atirando para o alto e utilizaram explosivos para detonar os dois caixas eletrônicos da agência do Banrisul. O cofre do banco não foi atacado pelo bando, segundo a Polícia Civil. Um HB20, que teria sido usado pelo grupo, foi abandonado em Ilópolis, no Vale do Taquari, a cerca de 70 quilômetros do local do ataque.
Ainda durante a madrugada, por volta das 2h30min, também no norte do Estado, criminosos atacaram uma agência do Banrisul em Erval Seco, município de 7,6 mil habitantes. Com uso de explosivos, destruíram a área onde ficam os caixas eletrônicos. O teto e os vidros do local ficaram destruídos. Entre as cidades com maior número de casos neste ano está Mata, na Região Central. A cidade de 5 mil habitantes foi cinco vezes alvo dos criminosos neste ano.
Para o delegado João Paulo Abreu, da Delegacia de Repressão a Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), o menor efetivo policial em cidades com menos habitantes no Interior não é considerado determinante para que os casos ocorram, já que os grupos criminosos costumam usar armas de alto poder de fogo, como fuzis e submetralhadoras, além de escudos humanos para impedir a aproximação da polícia. Sobre os dois casos desta quarta-feira, o delegado não acredita que haja relação entre os crimes, embora as cidades fiquem a cerca de 150 quilômetros de distância. Ainda não há suspeitos dos ataques.