A residência usada como cativeiro da mãe do jogador Taison, no interior de Pelotas, teria sido preparada previamente pelos suspeitos do sequestro. Segundo a Polícia Civil, os responsáveis por organizar o sequestro de Rosangela Barcellos Freda teriam residido no local por dois a três meses antes do crime.
A casa havia sido alugada e o local teria sido usado para arquitetar o crime. Os bandidos abasteceram o cativeiro com alimentos, o que indica que estavam preparados para permanecer dias no imóvel.
— Havia uma estrutura previamente montada, com alimentação, o local onde a vítima possivelmente teria que ficar lá — afirmou o delegado Rafael Lopes, da Defrec de Pelotas.
Rosangela foi levada na tarde de segunda-feira (16) da frente da residência da família, no bairro Navegantes, no momento em que recebia um buquê de flores de um entregador. Ela foi resgatada pela polícia no interior do município. A polícia chegou até o local após identificar o Siena no qual a vítima havia sido transportada pela quadrilha.
Uma viatura discreta da Delegacia da Mulher estava fazendo outras diligências e acabou identificando o Siena. Os policiais passaram a acompanhar o carro e pediram reforço. Outras guarnições da BM e da Polícia Civil começaram a perseguir o veículo. Quando a polícia se aproximava da casa, viu um veículo saindo do local e suspeitou que ali fosse o cativeiro. O condutor foi abordado e, em seguida, os policiais entraram na casa.
— Isso acabou desencadeando a prisão dos criminosos — afirmou o delegado regional Márcio Steffens.
A Polícia Civil relatou que esta casa, localizada em uma área de difícil acesso, em Monte Bonito, estava preparada para abrigar os sequestradores e a vítima. Para chegar à peça onde Rosangela estava, foi preciso percorrer a garagem, com cerca de 15 metros, e passar por um portão de madeira. Havia ainda um lençol estendido na entrada, para evitar que quem se aproximasse enxergasse o interior da peça. Algumas janelas estavam presas com arames. A vítima estava sentada em uma cadeira de praia, amordaçada e com as mãos amarradas. Rosangela foi levada do cativeiro até uma delegacia de polícia, onde recebeu atendimento médico e depois prestou depoimento.
— Ela estava muito assustada, mas sem lesão corporal nenhuma. Apenas com abalo emocional — relatou Steffens.