Termina no próximo dia 16 o prazo para que o aluno suspeito de um caso de estupro dentro da Casa do Estudante (CEU), no campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), apresente a sua defesa. A Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), que realiza uma investigação interna do caso, concedeu prazo de 15 dias — que já está correndo — para que ele apresente suas considerações e alegações em torno da denúncia que o envolve.
Além do acompanhamento interno, o caso foi concluído pela Polícia Civil e remetido à 3ª Vara Criminal, onde corre em segredo de Justiça. Por isso, a Delegacia da Mulher não informou à reportagem se o suspeito chegou a ser indiciado.
Conforme o pró-reitor de Assuntos Estudantis, Clayton Hillig, a instituição teve dificuldade em localizá-lo, já que o aluno se ausentou das aulas desde que o caso veio à tona, no mês passado. O pró-reitor que contou que, além desse caso, a universidade apura, pelo menos, outras três denúncias de mulheres que teriam sofrido abuso por parte do mesmo estudante, que não teve o nome divulgado para preservar as vítimas. Sobre a aluna que expôs o caso, Clayton Hillig diz que ela tem tido acompanhamento psicossocial.
— Tivemos inicialmente dificuldade em localizá-lo e já conseguimos acionar o advogado dele, que nos sinalizou que entregará a defesa do aluno por escrito. Além disso, também já nos foi entregue a chave da moradia dele. E, desde então, ele não tem ido mais às aulas.
GaúchaZH noticiou o caso no mês passado depois que a vítima, uma acadêmica da universidade, fez uma postagem no Facebook em que relatava ter sido vítima de abuso sexual por um morador, que também é aluno da instituição, dentro do CEU 2, que fica no campus principal, no bairro Camobi.
Desde então, o caso tem sido apurado pela pró-reitoria e também pela ouvidoria da instituição. Conforme o relato da vítima, ela foi abusada pelo agressor em abril dentro do CEU, no apartamento do homem. Segundo depoimento dela aos órgãos da universidade — e também à Delegacia da Mulher, onde foi registrada ocorrência —, ela teria proximidade com o agressor.
Depoimento e consequências
A aluna foi ouvida no dia 13 do mês passado. Após o processo administrativo ser concluído, o que não há ainda data para ocorrer, o aluno — se constatada a culpa — poderá perder o auxílio à moradia e, com isso, ser expulso do CEU. O Conselho Universitário (Consu) trabalha para aprovar uma normativa que torne mais severo o Código Disciplinar do aluno.
Não foi informado a GaúchaZH os cursos e as idades da vítima e do possível agressor. A não divulgação observa a preservação da imagem da aluna e a não veiculação do nome dele visa não atrapalhar a condução das investigações.