A Polícia Civil confirmou o assassinato da motorista de Uber Alda Juliane da Silveira Coitinho, 29 anos. Ela estava desaparecida desde a quinta-feira (31). O carro dela foi localizado na noite de sábado (2) na Restinga, em Porto Alegre. A condutora, que residia em Viamão, na Região Metropolitana, foi identificada pela família no Departamento Médico Legal (DML), segundo o delegado Leandro Bodoia, plantonista da Delegacia de Homicídios. O desaparecimento de Alda havia sido registrado por familiares no fim de semana.
Rosane Pereira da Silveira Coitinho, 47 anos, conta que o corpo da filha foi encontrado ainda na quinta-feira, em Viamão. Desde então, estava no DML como não identificado. A informação chegou aos familiares na tarde deste domingo.
– Ligamos para a Brigada Militar de Viamão, e eles confirmaram que tinham achado um corpo na quinta. E nos orientaram a vir ao DML conferir. Viemos e não há dúvida de que é ela. Ó, aqui está o anel dela. Eu que dei de presente – disse Rosane, segurando o anel em um saco plástico dado no DML.
A última conversa com a filha foi ao meio-dia de quinta. Elas trocaram mensagens pelo WhatsApp. De acordo com o que Rosane leu no registro do DML, a filha sofreu, pelo menos, um disparo de arma de fogo, na cabeça.
Várias ligações
A mãe, que reside na zona sul da Capital, relata que estranhou o fato de a filha não ter voltado a fazer contato na sexta-feira e no sábado. Por isso, telefonou diversas vezes para ela.
– Liguei várias vezes e o telefone estava desligado. Ontem (sábado) liguei o dia inteiro. O telefone estava na caixa de mensagens. Mas só me dei conta que algo podia ter acontecido quando a Brigada me procurou.
Na noite de sábado, policiais localizaram o Siena dourado de Alda Juliane na Estrada do Barro Vermelho, na Restinga, e informaram os familiares. Segundo a mãe, alguém havia ateado fogo ao banco do motorista do veículo. Rosane diz que a filha não tinha amigos próximos ou familiares no bairro onde o veículo foi localizado.
Ainda conforme a mãe, Alda morava sozinha em uma casa em Viamão, mas no mesmo pátio há outro imóvel de outros familiares. A mãe diz que além de trabalhar para o Uber, a filha também atendia diretamente corridas para clientes que conhecia ou indicados por amigos.
A reportagem tentou contato com a assessoria do aplicativo, mas até a noite deste domingo não teve retorno.
O que diz a Uber:
A assessoria da Uber encaminhou nesta segunda-feira (4) uma nota, na qual lamenta o ocorrido e confirma que Alda Juliane trabalhou como motorista para o aplicativo. A nota, no entanto, alega que ela realizou a última corrida em fevereiro. Confira na íntegra:
"A Uber lamenta profundamente que cidadãos sejam vítimas da violência urbana que permeia nossa sociedade. Alda Juliane não realizava viagens por meio do aplicativo da Uber desde fevereiro, portanto o crime não tem qualquer relação com sua atividade na plataforma da empresa."