A Polícia Civil anunciou nesta quinta-feira (5) a prisão de um criminoso que assaltava apenas mulheres pedestres em ruas dos bairros Menino Deus e Medianeira, em Porto Alegre. O caso chamou a atenção dos policiais porque se trata de um ex-cabeleireiro, de classe média e sem passagem pela polícia. O suspeito teve prisão preventiva decretada por ter assaltado pelo menos 15 vítimas entre os meses de outubro e novembro do ano passado — o número total, segundo a 2ª Delegacia da Capital, pode ser ainda maior.
O delegado César Carrion, responsável pela investigação, diz que Marco Aurélio Pereira de Lima, 47 anos, foi localizado na tarde de quarta-feria (4) em São Borja, na Fronteira Oeste. Ele havia fugido para o Interior, onde tem familiares, após imagens de dois assaltos cometidos por ele terem sido divulgadas nas redes sociais. Vítimas e até familiares identificaram o suspeito nos dois vídeos.
Carrion destaca que o ex-cabeleireiro tinha uma vida longe do crime e teria passado por problemas familiares, inclusive envolvendo separação. Após isso, começaram a ocorrer assaltos semelhantes nos bairros Menino Deus e Medianeira.
Quando as imagens dos assaltos foram divulgadas nas redes sociais, Lima abandonou o salão onde atuava, no Centro de Porto Alegre, vendeu seus veículos e foi para São Borja, onde passou a trabalhar instalando som automotivo.
Perfil das vítimas
A polícia confirmou que as vítimas sempre eram mulheres sozinhas e que caminhavam pelas ruas dos dois bairros. Nas abordagens, o suspeito — um homem alto e forte, que não escondia o rosto — usava uma faca. Em todos os casos, o assaltante sempre chegava e saía do local dos crimes usando dois carros brancos, um Escort e um Vectra. Nenhuma vítima foi agredida e todas tiveram celulares ou bolsas roubados.
Algumas das mulheres assaltadas conseguiram anotar as placas dos veículos. A prisão preventiva foi decretada pela Justiça porque a 2ª Delegacia de Polícia obteve as imagens e confrontou as informações das 15 ocorrências registradas.
— Mesmo assim, foi muito estranho pelo fato de que o perfil do suspeito não se encaixava, ainda mais porque não tinha antecedentes criminais e porque ele tinha uma vida normal — diz Carrion.