A construção de duas celas no prédio principal no Presídio Estadual de Canela vai ampliar em 20% a capacidade de receber presos. A atual estrutura comporta 90 vagas no regime fechado. Com a ampliação, serão criados 20 novos espaços. As obras se iniciaram em março e têm previsão de conclusão até a metade do ano. O investimento de R$ 100 mil vem de recursos do Judiciário e de doação de uma empresa de Gramado. Atualmente, o presídio está com 190 presos e parcialmente interditado para cumprimento de penas por pensão alimentícia.
Segundo o juiz titular da 1ª Vara Judicial de Canela, Vancarlo André Anacleto, esta não é a primeira vez que a comunidade da região das Hortênsias se une para promover melhorias no presídio.
— Quando eu cheguei em Canela, há quatro anos, o presídio estava interditado para presos de Gramado. Na época, levantamos R$ 200 mil para viaturas, materiais e câmeras de videomonitoramento — destaca.
Com o aumento do número de presos, a decisão de agora foi investir cerca de R$ 70 mil acumulados pelo Judiciário, com penas alternativas, e outros R$ 30 mil da Gramado Parks para promover reformas que, não só ampliam o número de vagas, mas promovem readequações para separar presos primários.
De acordo com o juiz, uma cela maior com 12 camas vai abrigar estes presos. A outra será erguida no espaço onde hoje fica a cozinha e terá oito vagas para condenados. A cozinha será deslocada para outro local. Nas primeiras obras realizadas pela mobilização comunitária, foi feito um muro em frente ao presídio. Agora, a intenção é concluir o muro na parte de trás, onde hoje só há uma cerca. A mão de obra que está sendo empregada na reforma é a dos próprios detentos.
Apenas para serviços especializados, como de eletricista e encanador, está sendo pedido apoio do Movimento Comunitário de Combate à Violência. O presidente do Mocovi de Gramado, Sandro Bazzan, é engenheiro e fez o projeto das reformas. Além do presídio, o movimento também arrecadou R$ 65 mil em evento beneficente que pretende investir em equipamentos e materiais de segurança para a cidade.
— Queremos estar ao lado do Estado para dar suporte, principalmente porque temos o foco no turismo — destaca Bazzan.
O juiz Anacleto destaca que está em tratativas com outras duas empresas que têm interesse em investir na segurança. Os próximos projetos no presídio envolvem a ampliação do espaço que abriga uma horta, que é autossustentável, e também na oficina de marcenaria. Além das obras de ampliação do presídio, o Judiciário destinou 22 coletes à prova de bala para a Brigada Militar e quatro para Susepe, e um etilômetro para aplicação de testes de bafômetro pela Brigada.