Ostentação e luxo, com nomes e documentos falsos. Segundo a Polícia Federal (PF), foi assim que André Luiz Oliveira Lima, foragido da Justiça preso em Balneário Camboriú, viveu com a mulher e dois filhos no último ano. Na quarta-feira (28), policiais militares abordaram o Porsche Cayenne conduzido pelo homem na Avenida do Estado. O veículo é avaliado em R$ 600 mil e estava registrado no nome falso de um deles. O casal, que acabou preso, se identificou com documentos adulterados.
A família dividia um apartamento de alto padrão e mantinha três carros de luxo avaliados em um total de R$ 1,3 milhão. A polícia quer saber, agora, se os negócios do tráfico chefiados em Goiás pelo preso têm ramificações em Santa Catarina. Na quinta-feira (1º) foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em imóveis diferentes em Balneário Camboriú - todos eles, locais por onde a família passou nos últimos anos. Uma força-tarefa entre polícia e Judiciário garantiu a rapidez na emissão dos mandados, de um dia para o outro.
A identificação de Lima e da mulher demandou esforço da polícia. Quando foram detidos, eles apresentaram documentos falsos. A verdadeira identidade só foi confirmada pelas digitais. O traficante estava foragido de Goiás, onde foi preso em 2014 em uma operação batizada de "Poderoso Chefão" pela polícia. Uma reportagem da TV Globo, na época, informou que a polícia identificou um laboratório de refino de cocaína em um apartamento de classe média, em Goiânia. No local foram localizados 230 quilos da droga.
Em outro apartamento foi encontrado um arsenal: 14 armas apreendidas, entre elas submetralhadoras e fuzis. Na época, a polícia afirmou que a quadrilha chefiada por Lima movimentava R$ 2 milhões por mês. Nesta quinta-feira, durante o cumprimento dos mandados de busca em Balneário Camboriú, foi apreendida uma pistola. A arma estava em um dos apartamentos que haviam sido ocupados anteriormente pela família do traficante.
Até agora, não há indícios de que o foragido tivesse algum negócio ou trabalho de fachada em Santa Catarina. O estilo de vida que a família levava dá a entender que ainda tinham acesso a muito dinheiro, segundo a polícia. As investigações seguirão a cargo da PF e devem indicar se ele mantinha as relações com o tráfico de drogas em Goiás, e se teve ligação com facções criminosas em Santa Catarina. A reportagem tentou contato com o advogado Emerson Thadeu Vita Ferreira, responsável pela defesa de Lima, no entanto, não obteve retorno.