Eram 21h15min de terça-feira (6) quando pelo menos dois homens armados invadiram uma das casas do Loteamento Farroupilha, na Vila Asa Branca, bairro Sarandi, na zona norte de Porto Alegre, e executaram com diversos disparos um adolescente de 17 anos. A suspeita da polícia é de que ele foi morto pelo envolvimento com o tráfico de drogas. O crime repetiu uma trágica rotina e determinou mais um índice digno de guerra na Capital. Desde janeiro de 2011, quando GaúchaZH iniciou o levantamento de assassinatos na cidade, pelo menos quatro mil pessoas já foram mortas em homicídios ou latrocínios na cidade.
É como se, em sete anos e dois meses, a população de um município como Gramado Xavier, no Vale do Rio Pardo, tivesse sido dizimada. O ritmo é de um assassinato a cada 16 horas em Porto Alegre. Significa que, a cada dois dias, três pessoas são mortas. O resultado, até o final da primeira semana de março de 2018, é superior, em números de habitantes, às populações de 185 municípios do Estado — 37% das localidades do Rio Grande do Sul.
Assassinatos em Porto Alegre:
2011: 413 vítimas (79 até 7 de março)
2012: 478 vítimas (77 até 7 de março)
2013: 444 vítimas (88 até 7 de março)
2014: 531 vítimas (104 até 7 de março)
2015: 609 vítimas (122 até 7 de março)
2016: 778 vítimas (180 até 7 de março)
2017: 648 vítimas (197 até 7 de março)
2018: 99 vítimas até 7 de março
Apesar da marca trágica, a arrancada dos primeiros dois meses de 2018 são os menos violentos em Porto Alegre nos últimos cinco anos, conforme o Raio-X. Para que se tenha uma ideia, no final da primeira semana de março do ano passado, pelo menos 197 pessoas já haviam sido assassinadas na Capital. Foi justamente após aquela arrancada de ano — a mais violenta desde 2011 — que a Força Nacional de Segurança chegou à cidade e, posteriormente, reforços da Brigada Militar vindos do Interior passaram a atuar nas ruas.