A Polícia Civil indiciou o pedreiro Jean Fabrício Hang por homicídio com dolo eventual pela morte de Murilo Theisen dos Santos, de sete anos, que se afogou após a explosão de um rojão dentro do mar na Praia das Cordas, em Governador Celso Ramos, Santa Catarina, no dia 7 de janeiro deste ano. A criança tomava banho de mar com o pai quando o foguete foi lançado e explodiu na água.
No decorrer da investigação, depoimentos de testemunhas e um laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP) apontaram que o rojão explodiu próximo ao menino e contribuiu para sua morte por afogamento. O inquérito, concluído nesta quinta-feira (29), será agora encaminhado ao Ministério Público (MP), que decidirá se denuncia ou não o homem.
No documento, o delegado Alan Amorim não solicita a prisão do pedreiro. No dia da morte da criança, Hang chegou a ser detido pela polícia, com ajuda de populares, e confirmou na delegacia que estava soltando rojões na praia, mas garantiu que era distante das pessoas e para o alto. O suspeito foi liberado no mesmo dia.
— O laudo pericial tornou claro que o foguete contribuiu para a morte da criança, e isso deixou claro que foi um homicídio com dolo eventual. Não dá para dissociar a morte por afogamento da explosão do foguete. Por causa dela, a criança de, alguma forma, perdeu o equilíbrio e submergiu sem pegar o ar, já apagado, e veio a óbito — explica o delegado, que espera uma manifestação do MP em cerca de cinco dias após a entrega do inquérito, que ocorrerá na próxima segunda-feira, dia 2 de abril.
A reportagem entrou em contato com Jean Fabrício Hang, indiciado pela Polícia Civil, mas ele não quis conversar sobre o assunto. Também não soube dizer o nome completo de seu advogado, para que a reportagem tentasse conversar com a defesa.
Na época, suspeito foi solto por "falta de materialidade"
Na época da morte de Murilo, o delegado Alexandre Carvalho de Oliveira, da Central de Polícia Regional de São José, conduziu Hang à delegacia como suspeito, mas acabou soltando-o porque a criança não possuía lesões no corpo, situação que o delegado classificou como "falta de materialidade".
— Segundo o médico legista, o motivo não foi o rojão, não foi um trauma, foi sim afogamento por asfixia. Tinha água nas vias aéreas do menino — informou o investigador à época.
A família de Murilo é natural de Charqueadas e se mudou há seis meses para Palhoça. Eles estavam aproveitando aquele domingo na Praia das Cordas, em Governador Celso Ramos.