Jean Fabrício Hang, 39 anos, era quem estava disparando fogos na Praia das Cordas, em Governador Celso Ramos, na Grande Florianópolis (SC), na manhã de domingo (7). Depois da morte do menino Murilo Theisen, de 7 anos, ele foi contido pelas pessoas que estavam na praia até a chegada da Polícia Militar.
Natural de São José, Hang foi preso em flagrante, mas solto no final da tarde – já que a causa da morte apontada pelo médico-legista foi afogamento. Os exames periciais realizados no Instituto Médico-Legal (IML) não identificaram qualquer tipo de ferimento provocado por artefato explosivo no corpo da vítima.
Nesta segunda-feira (8), Hang concedeu entrevista ao programa Jornal do Almoço, da NSC TV, e prometeu nunca mais soltar foguetes. Confira trechos da entrevista:
Por que o senhor estava soltando fogos?
Era a sobra do Ano-Novo que eu tinha no meu carro. Tinha sobrado 10, e eu soltei três, estava em família e todos estavam se divertindo. A distância que eu estava de todo mundo era de aproximadamente 100 metros. Eu estava com uma varinha de foguete, que vai para cima. Com a direção do vento, como estava, era para ter caído ainda mais longe dos banhistas. Não sei o que deu nessa varinha, ela só faz um assovio e dá um estouro lá cima. Só que foi para cima e caiu dentro d'água. Eu não vi, mas o pessoal falou na praia que o pai e a criança estavam na profundidade. Estourou dentro d'água, não atingiu o pai e nem a criança. Na delegacia me disseram que o laudo foi por afogamento e não tinha marca do foguete.
O senhor viu onde o foguete caiu?
Eu não vi onde ele caiu. Pelo estouro que deu, foi dentro d'água. O que todo mundo estava falando é que caiu perto do pai dele.
Qual era a experiência do senhor com fogos?
Eu sempre soltei foguete em virada de ano, aniversário, sempre comprei esse de vara porque só faz um barulho e a direção é para cima. Não tem como soltar com ele na mão, pois queima. Tem que firmar em um suporte ou no chão. Sempre solto longe de todo mundo. Do local onde eu estava até a praia ainda tinha uma trilha e as pedras. Não sei como foi parar dentro d’água. Eu nunca mais vou soltar foguete na minha vida.
O que o senhor fez depois que soltou o foguete?
Eu entrei na água, ajudei a segurar nos braços da criança para trazê-la até a areia. Falei para o pai ter calma e colocar a criança de lado, mas aí ele ficou nervoso e eu tive que sair de perto. Mas fiquei esperando o bombeiro chegar. Tinha mais de 30 pessoas se metendo (no procedimento de socorro até helicóptero chegar).