A Polícia Civil pretende concluir até o final da próxima semana o inquérito sobre a morte da menina Naiara Soares Gomes, 7 anos, em 9 de março, em Caxias do Sul. Conforme o delegado regional, Paulo Rosa, o laudo oficial de necropsia, exame que apontará a causa da morte, deve ficar pronto ainda nesta semana.
O delegado afirma que, em conversa informal com o médico legista, a indicação é de que a morte ocorreu durante o estupro — o que não significa que tenha sido em decorrência do abuso em si. À polícia, o estuprador confesso, Juliano Vieira Pimentel de Souza, 31 anos, disse que ficou nervoso quando a menina gritou e usou força demais. Uma constatação preliminar da Polícia Civil, junto com peritos, encontrou sinais de sufocamento e lesão na coluna vertebral.
O indiciamento do homem poderá ou não conter o crime de homicídio. Uma das possibilidades é que ele seja indiciado por estupro de vulnerável, homicídio e ocultação de cadáver. A qualificação do homicídio também depende do resultado do laudo. Em outro cenário, Souza seria indiciado por estupro de vulnerável com morte e ocultação de cadáver, sem a inclusão do crime de homicídio. A diferença é que, conforme a primeira hipótese, ele teve a intenção de causar a morte da vítima e, na segunda, o autor não teve essa intenção.
A interpretação sobre o crime no decorrer do processo na Justiça pode levar a diferentes situações. O estupro de vulnerável com morte não vai a júri, diferentemente de um enquadramento por homicídio doloso, por exemplo, em que o autor tem a intenção de matar a vítima.
O delegado ressalta que, independentemente de outros exames que ainda faltem, as provas já reunidas são fartas, principalmente, em função do depoimento do homem, que relatou o crime com riqueza de detalhes. Segundo o policial, os exames de DNA, que são feitos em Porto Alegre, demoram mais para ficar prontos e poderão ser encaminhados à Justiça depois da conclusão do inquérito.
Além da investigação sobre a morte de Naiara, a previsão da polícia é concluir outro inquérito, sobre o estupro de outra menina em outubro de 2017, também até o final da próxima semana. Nesse caso, Souza deverá ser indiciado por estupro de vulnerável. Conforme o delegado, em relação a esse fato, além do depoimento do autor confesso, a perícia feita na casa onde o estupro ocorreu foi fundamental para confirmar o relato da vítima sobre o local onde foi abusada, por exemplo.
Ao concluir os inquéritos, a Polícia Civil solicitará à Justiça a prisão preventiva do homem que, no momento, está preso temporariamente.