Um grupo de cerca de 500 pessoas percorreu as ruas que concluiriam o trajeto que a menina Naiara Soares Gomes, sete anos, deveria fazer para chegar à escola Renato João Cesa, no bairro São Caetano, em Caxias do Sul.
Todos os dias, ela seguia a pé por 2,3 quilômetros de casa até o colégio. Na manhã de 9 de março, ela foi raptada, estuprada e morta. O corpo foi encontrado na tarde de quarta-feira (21). O matador confesso está preso temporariamente.
O grupo saiu às 9h da manhã da Rua Júlio Calegari, do ponto onde a menina foi avistada pela última vez. Quase todos os participantes vestiam camisetas brancas e carregavam balões. Alguns distribuíram pequenas bandeiras brancas de papel às pessoas que acompanhavam a manifestação de casa.
Na chegada à escola, colegas e professores fizeram uma oração e soltaram balões brancos em homenagem à menina. Na porta da escola, crianças carregavam o cartaz "Naiara, sentimos a tua falta!, alunos, professores, funcionários e comunidade escolar".
Alguns manifestantes criticaram a distância da casa de Naiara até escola. Uma das participantes, Elizabete Alves, 59 anos, carregava um cartaz em que cobrava a secretaria municipal de Educação. Conforme ela, a neta, de cinco anos, mora no bairro São Caetano do Sul, mas só conseguiu vaga na escola Basílio Tcacenco, no bairro Montes Claros , uma distância de cerca de 2,5 quilômetros. Elizabete afirma que a família tentou uma escola mais próxima, mas como não conseguiu, teve de contratar uma van para levar a menina à escola.
Nesta semana, gestores da área da educação no município e no Estado se reuniram com o Ministério Público, Conselho Tutelar e Conselho Municipal da Educação para tratar da falta de vagas em instituições perto da residência de estudantes.