Em seu primeiro mês, a intervenção federal no Rio de Janeiro não teve impactos na redução da criminalidade. Entre os dias 16 de fevereiro e 16 de março, a cidade teve 1,9 mil roubos de carros, 19% a mais na comparação com o mesmo período do ano passado. O número de assassinatos passou de 111 para 113 mortes. Os índices levaram a cúpula da segurança a decidir dar mais visibilidade para a tropa, que até então estava focada na Vila Kennedy. As informações são do jornal O Globo.
Se comparado com 30 dias antes do início da intervenção, os roubos de cargas e assassinatos aumentaram 3% e 6%. Já os roubos de veículos caíram de 2,1 mil para 1,9 mil. O único indicador que teve uma redução significativa foi o de homicídios decorrentes de oposição à intervenção policial. Foram 27, contra 49 no mesmo período de 2017. Entre 18 de janeiro e 15 de fevereiro tinham sido registradas 51 mortes em confronto com a polícia. O número de roubos a pedestres subiu de 2,7 mil para 3,3 mil e o de assaltos a comércios passou de 92 para 170.
Os dados foram analisados pelo gabinete da intervenção, que também avaliou casos como o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e as nove mortes provocadas por ações policiais realizadas na Rocinha. Na terça-feira (27) Forças Armadas começaram a reforçar o policiamento em alguns pontos estratégicos da cidade, como no Centro.
Alguns bairros que vão receber reforço de militares no policiamento, como Botafogo, registraram uma explosão de crimes no primeiro mês da intervenção. Outras áreas que também apresentaram aumento de crimes, no entanto, não devem receber reforço no efetivo neste momento. Na Praça Seca, por exemplo, área disputada entre tráfico e milícia, homicídios passaram de apenas um para 10 durante a intervenção.