Os peritos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) devem começar nesta quinta-feira (1º) a coleta de materiais em um veículo Uno, encontrado no final da tarde de quarta (31), no bairro Nonoai, na zona sul de Porto Alegre. A polícia suspeita que este tenha sido o carro usado por criminosos para carregar o corpo do corretor de imóveis Christiano Mendonça, 33 anos, encontrado morto, e decapitado, na Rua Murá, bairro Guarujá, na última segunda-feira (29).
— Temos imagens que mostram dois homens descendo de um veículo que bate com as características do que foi localizado. Eles permanecem pouco tempo na Rua Murá. Depois de retirarem o corpo do carro, ainda tentaram despejar um tipo de combustível, mas parecem ter desistido do plano de incendiar a vítima — afirma o delegado Eibert Moreira, que investiga o crime pela 4ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa , de Porto Alegre.
Conforme os policiais, o interior do Uno está bastante ensanguentado. A suspeita dos investigadores é de que o corretor tenha sido morto em algum lugar e carregado neste veículo, que estava com registro de roubo em Porto Alegre.
A motivação do crime, que mais uma vez chamou a atenção pela brutalidade, ainda é considerada misteriosa pela polícia. O delegado Eibert afirma que diferentes hipóteses são consideradas até o momento: desde motivações passionais até o tráfico de drogas, mas latrocínio está descartado.
O histórico
Nesta quinta, os primeiros familiares de Mendonça serão ouvidos pela polícia. O corretor era gerente de vendas em uma construtora com atuação na zona norte de Porto Alegre.
— O Christiano sempre foi um cara alegre, que ajudava a todos. Além de ser muito competente na profissão. Ele tinha vocação para vendas. Sempre que entrava em uma corretora, rapidamente se tornava gerente — relata a ex-mulher dele, Gisele Machado, 30 anos, que teve um relacionamento com o corretor até quase dois anos atrás.
Mendonça atuava como corretor de imóveis há pelo menos seis anos. Em um novo relacionamento, Christiano Mendonça se tornaria pai de uma menina pela primeira vez.
A polícia apura, além dos hábitos profissionais da vítima, os histórico pessoal. Usuário de drogas, Christiano Mendonça chegou a ser internado para desintoxicação pelo menos três vezes.
— É muito cedo para delimitarmos qualquer causa para o crime. O perfil da vítima não é muito semelhante ao de outras pessoas que foram decapitadas, mas não descartamos que a motivação possa ter sido semelhante — avalia o delegado.