A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça negou, por unanimidade, o pedido de habeas corpus à Sílvio Fernandes Rodrigues, 44 anos, apontado pela Polícia Civil como o "bruxo" que teria liderado um ritual satânico com o esquartejamento de duas crianças, em Novo Hamburgo. O pedido havia sido feito pela defesa anterior de Sílvio, a advogada Denise Dal Molin Pellizzoni.
Nesta quarta-feira (31), os desembargadores Manuel José Martinez Lucas e Honório Gonçalves da Silva Neto acompanharam o voto do relator, desembargador Sylvio Baptista Neto - ele havia negado em caráter liminar, em 10 de janeiro, o habeas corpus.
O advogado de Sílvio, Marco Mejia, pretende ingressar com outro habeas corpus na próxima semana. Sílvio continua preso na Penitenciária Estadual do Jacuí, em Charqueadas.
Relembre o caso
As primeiras partes de corpos de duas crianças foram encontradas no dia 4 de setembro de 2017, no bairro Lomba Grande, em Novo Hamburgo, Vale do Sinos. Elas foram identificadas como um menino, com idade entre oito e 10 anos, e uma menina, de 10 a 12 anos, conforme exame pericial. No dia 18 de setembro, outros membros foram encontrados, a cerca de 350 metros do primeiro local, e foram atribuídos aos mesmos irmãos, que têm a mesma mãe e pais diferentes.
Os crânios até agora não foram localizados. As investigações apontam que as crianças podem ser argentinas e terem sido trazidas de uma região pobre de Corrientes.
Os investigadores chegaram a sete suspeitos para o crime – o “bruxo” e seis discípulos, que tiveram suas prisões preventivas decretadas pelo Judiciário.
Conforme as investigações, os sócios Paulo Ademir Norbert da Silva e Jair da Silva teriam pago R$ 25 mil à vista pelo ritual que lhes traria mais prosperidade em seus negócios. Os filhos de Jair, Andrei e Anderson, também teriam participado do ritual, a fim de reunir sete pessoas — número supostamente cabalístico para a cerimônia.