Uma mulher que havia sido feita refém pelo grupo de criminosos que atacou um carro-forte na BR-470, entre Bento Gonçalves e Veranópolis, foi libertada na tarde desta terça-feira (6). Ela foi feita refém na casa dela, no município de Monte Belo do Sul, para onde os criminosos fugiram.
Segundo a polícia, participaram do ataque de seis a oito criminosos — o número ainda não está confirmado. Após o assalto, os criminosos fugiram em direção a Monte Belo do Sul. Nas proximidades do acesso ao município, eles trocaram tiros com a polícia. Após abandonarem duas armas nesse local, fugiram. Na fuga, eles chegaram à casa da vítima, que foi feita refém. Outros comparsas fugiram para um matagal.
De acordo com o chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Bento Gonçalves, Lucas Martins, um assaltante foi preso na residência da vítima e outros dois no matagal. A PRF mantém buscas na região.
A ação
Com os presos, foram apreendidos coletes balísticos, explosivos, uma pistola, duas armas calibre 12, uma metralhadora .50 e grande quantidade de dinheiro. A metralhadora é de uso exclusivo das Forças Armadas e semelhante à usada nos assaltos a carros-fortes ocorridos em Vacaria e na Vila Cristina, em Caxias do Sul, no ano passado. Conforme o delegado do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), João Paulo de Abreu, a munição é a mesma usada nos ataques anteriores, mas ainda não se sabe se os crimes foram praticados pelos mesmos criminosos. Outro fato relacionado aos crimes de 2017 é que o carro-forte atacado nesta manhã é o mesmo que foi alvo em Vacaria. Ele havia sido reformado e voltou a ser utilizado.
Ainda segundo informações do delegado do Deic, o grupo estava em uma Tucson que ultrapassou o carro-forte na rodovia e o interceptou. O bando usou a metralhadora para romper a blindagem do veículo. Com isso, os seguranças tiveram de sair do carro-forte. Houve troca de tiros com os criminosos. Um dos bandidos teria sido atingido. Nenhum dos seguranças foi baleado.
— Há uma grande quantidade de estojos no local e miguelitos (artefatos de metal usados para furar os pneus de veículos). Uma grande superioridade de armamento da parte dos criminosos. Se verificou mais de 50 a 60 estojos de fuzis 556 e 762 e o emprego da .50 — relatou o delegado.
Os criminosos usaram explosivos para acessar o compartimento onde estava o dinheiro. Depois, o grupo fugiu em dois carros de comparsas — um Corolla preto e um Peugeot branco —, que faziam parte da logística do roubo. Ele seguiram em direção a Monte Belo do Sul. Na estrada que leva ao município, os bandidos foram interceptados pela PRF, culminando com a prisão de pelo menos três dos criminosos. A metralhadora foi apreendida.
Para o delegado do Deic, a prisão é um passo importante para esclarecer outros ataques a carros-fortes.