Ainda será necessária a comprovação pelos peritos do Departamento Médico Legal (DML), mas os familiares têm poucas dúvidas de que o corpo, já em avançado estado de decomposição, encontrado em um descampado conhecido como "deserto", na área industrial de Esteio, na Região Metropolitana, na última terça-feira (23), é do cabeleireiro Alisson Kevin Ferraz, 24 anos, desaparecido desde o dia 17 de dezembro de 2017. Ferraz era um dos frequentadores de uma festa eletrônica que terminou em tragédia, com duas mortes, no Parque de Exposições Assis Brasil. Desde então, o jovem não foi mais visto.
— Quando eu vi a roupa, a bota, o relógio e a corrente que estavam no corpo, não tive dúvidas de que era o meu irmão. Infelizmente, acredito que a nossa procura acabou da pior forma. Agora, queremos entender o que aconteceu. Como o meu irmão morreu? Contamos que a polícia e a perícia esclareçam isso — lamenta a irmã, Paula Camila Ferraz, 31 anos.
Os familiares forneceram, na quarta-feira (24), material para comparação genética e os peritos ainda tentariam o levantamento das digitais do corpo. Não há prazo determinado para os resultados da identificação.
Morador do bairro Feitoria, em São Leopoldo, Ferraz é o sétimo de nove irmãos e, segundo Paula, era frequentador assíduo de festas eletrônicas. Naquela ocasião, o cabeleireiro teria chegado ao Parque de Exposições na noite de sábado. Os relatos de amigos ouvidos pela polícia e pelos próprios familiares dão conta de que ele ainda foi visto na manhã de domingo, 17 de dezembro, quando teria corrido para fora da festa. O motivo da fuga não foi esclarecido.
— Por enquanto, o que temos é o encontro de um corpo, que pode ser o deste jovem. Tratamos como um encontro de cadáver e a causa da morte será melhor apurada pela perícia. Não temos elementos, até o momento, que indiquem um homicídio, mas é um caso aberto. Já ouvimos muitas pessoas formal e informalmente, entre amigos e testemunhas — afirma o delegado André Sperotto, da Delegacia de Polícia de Esteio.
Desde o mês passado, houve buscas em Alvorada, Osório e com a ajuda do Corpo de Bombeiros nos arredores do local da rave. O encontro do corpo acabou acontecendo ao acaso, na área que fica cerca de um quilômetro distante do parque, enquanto funcionários da prefeitura faziam um levantamento. Curiosamente, conforme a irmã do cabeleireiro, o corpo estava no sentido oposto ao que havia sido indicado por amigos como sendo o lado para onde Ferraz havia corrido.
Mesmo ainda sem a confirmação técnica de que o corpo é de Alisson Ferraz, a família procura apoio para custear o sepultamento dele.
Se você quiser ajudar, entre em contato com a irmã, Paula Camila, pelo 99226-1291.