A Polícia Civil prendeu na madrugada desta quinta-feira (7) seis homens e apreendeu dois adolescentes nos bairros São Geraldo e Floresta, zona norte de Porto Alegre. Parte estava em uma pensão na Rua Conde de Porto Alegre e outra em uma casa noturna na Avenida Presidente Franklin Roosevelt. Todos são suspeitos de integrar uma facção que está extorquindo comerciantes do bairro Navegantes em troca de suposta segurança. Além disso, expulsaram donos da pensão onde alguns suspeitos foram localizados para usar o estabelecimento em favor da organização criminosa.
Segundo o delegado Rafael Pereira, titular da 3ª Delegacia do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), os traficantes estavam exigindo pagamentos quinzenais de pelo menos R$ 500, conforme o tipo do negócio. Tudo sob forte ameaça aos comerciantes. Quem fosse contrário ao esquema, acabava virando alvo de ameaças por telefone, redes sociais e até mesmo nos próprios locais de trabalho. Em alguns casos, ocorreram disparos de arma de fogo em direção aos estabelecimentos e assaltos encomendados pela facção.
— Os traficantes estavam cobrando valores e ameaçando as pessoas. A desculpa deles era para que os comerciantes pudessem manter seus negócios funcionando com normalidade – afirma Pereira.
Ação Policial
Durante a ação realizada contra esse esquema na madrugada desta quinta, inicialmente foram apreendidos dois adolescentes na pensão investigada. Um deles com dois antecedentes pelo ato infracional de homicídio. Ainda nesta mesma pensão, foram presos em flagrante outros quatro adultos, também pelos crimes de tráfico de drogas e associação ao tráfico. A facção tomou conta do local ao expulsar inquilinos e usar o estabelecimento como dormitório para criminosos ou para guardar drogas e armas.
Na sequência desta ação, foram presas mais duas pessoas vinculadas à mesma facção. A suspeita é de que elas estavam extorquindo proprietários de uma casa noturna na região. Além das pessoas detidas, foram apreendidos 200 ecstasys, 200 gramas de cocaína, 150 gramas de maconha, arma, celulares e anotações com nomes de compradores, bem como de comerciantes extorquidos.