O Presídio Central teve uma manhã tensa nesta terça-feira (19). De acordo com relatos de visitantes de apenados, no Pavilhão F houve um conflito entre presos das segunda e terceira galerias, dominadas pela facção dos Bala na Cara, com os da primeira galeria que, teoricamente, são independentes. As agressões restringiram-se a chutes e socos mas, para os familiares, foram minutos de pavor.
— Estava no pátio com o meu filho e fiquei apavorada. Eles (os Bala na Cara) tentaram chegar até onde a gente estava. Nós, visitantes, ficamos acuados num canto sem ter como sair ou para onde correr — descreve a mãe de um detento da primeira galeria.
A irmã de outro apenado acompanhou os acontecimentos a partir do pavilhão.
— O pessoal da segunda e da terceira galerias aproveitou o momento em que abriram os portões para a entrada dos panelões de comida para sair e tentar invadir a primeira. Eles chegaram a ir até o brete, mas o pessoal da primeira segurou o portão e resistiu — conta.
Na visão dos familiares, a situação era dramática.
— Foi um momento de pânico. Pensei que ia morrer — disse a irmã de um preso.
Porém, para o diretor do Presídio Central, tenente-coronel Marcelo Gayer, fatos assim já fazem parte da rotina da prisão.
— Sempre teve ocorrências. Mas está tudo tranquilo agora, mas não sei até o final. Todos os dias temos que vencer as situações — afirma.
Para controlar o conflito, a Brigada Militar efetuou disparos de balas de borracha. A confusão fez com que a entrada das visitantes fosse suspensa. A fila só voltou a andar depois de controlada a briga. Com isso, por volta das 13h, ainda havia familiares ingressando na prisão, momento em que as primeiras a entrar, no início da manhã, já saíam.