A Polícia Civil confirmou que o vídeo de uma execução brutal, em que a vítima aparece sendo queimada viva e ainda atingida por um tiro na cabeça, foi feito por criminosos no bairro Belém Velho, na zona sul de Porto Alegre, na tarde de quarta-feira (20). A reportagem de GaúchaZH teve acesso ao vídeo, mas optou por não divulgá-lo, pois as imagens são fortes.
Conforme o Departamento de Homicídios, a vítima foi raptada por quatro homens armados enquanto caminhava na rua, no início da tarde do mesmo dia, na Quinta Unidade do bairro Restinga, na zona sul de Porto Alegre. Por volta das 17h, a Polícia Civil foi acionada para o local onde ele havia sido morto, em um sítio no bairro vizinho.
Há uma suspeita da polícia de que o crime seja mais um capítulo de uma recente e violenta disputa de traficantes da região da Restinga. Na madrugada de segunda-feira (19), dois amigos foram executados com tiros de fuzil também na Quinta Unidade da Restinga. No dia, o Departamento de Homicídios informou que os criminosos chegaram e saíram a pé - o que indica que são de uma vila próxima.
Após o a execução filmada e a morte dos jovens, passaram a circular em redes sociais de moradores do bairro informações sobre um suposto toque de recolher. A Brigada Militar também recebeu as mensagens e diz serem falsas. O comandante do 21º Batalhão de Polícia Militar, tenente coronel Marcio Galdino, reconhece que a situação é tensa na comunidade, mas garante que há reforço no efetivo da região desde o início da semana.
— Estamos atuando também de forma repressiva, mas principalmente de forma preventiva. Força Nacional e outras unidades do Comando da Capital estão presentes na região. Nosso Pelotão de Operações Especiais também fazendo policiamento ostensivo. Com esse esforço, fizemos apreensão de 7 kg de drogas ontem — defende o oficial.
Os investigadores do departamento usam o vídeo na investigação. Além disso, tentam confirmar uma identificação preliminar da vítima para, então, encontrar familiares e amigos nos próximos dias.
Para o delegado Gabriel Bicca, diretor do Departamento de Homicídios, um dos objetivos da divulgação das imagens pelos criminosos é mostrar força contra os traficantes rivais, sabendo do alto grau de disseminação nas redes sociais, e também aterrorizar a sociedade.
— É uma forma de assinar essa "arte" que eles fizeram com a vítima. Também serve para prestar conta aos superiores hierárquicos da facção à qual servem — analisa Bicca.