Um homem de 52 anos foi salvo, na tarde deste sábado (11), por policiais civis de uma sessão de tortura promovida por traficantes ligados a uma facção criminosa na zona leste de Porto Alegre. Ele foi encontrado amarrado a uma árvore, bastante machucado, no alto do Morro Santana, próximo ao limite entre a Capital e Viamão. De acordo com os relatos colhidos pelos agentes da 2ª Delegacia de Polícia de Viamão, que lideraram as buscas, fazia dois dias que o homem era mantido naquele local. A motivação do sequestro, conforme o chefe de investigação da delegacia, Adilson Silva, ainda é melhor apurada.
A ação de resgate contou com pelo menos 15 policiais civis, uso do helicóptero da corporação, além de agentes da 2ª DP de Viamão, mas também da 1ª DP de cidade, da Delegacia de Homicídios de Viamão e do Departamento de Homicídios, de Porto Alegre. Foram cinco horas de buscas na mata até a localização da vítima, que agora é mantida sob proteção da polícia.
— Moradores da região ouviram gritos desesperados desde a sexta-feira (10), acionaram a polícia e a informação chegou a nós. Como estamos apurando o desaparecimento de dois adolescentes na região da Vila Aparecida, em Viamão, desde março, resolvemos checar. Para nossa surpresa, encontramos este homem — relata Silva.
O homem teria sido arrancado de casa no bairro Agronomia, em uma área com o tráfico de drogas controlado por uma facção criminosa. Ele confirmou que estava envolvido com a criminalidade, mas não esclarece porque foi levado de casa pelos supostos comparsas.
— Me amarraram com corda e arame, para me machucar mesmo. Levei muitas pauladas na cabeça e fiquei amordaçado naquela árvore a noite inteira. Tive muito medo de algum bicho aparecer por causa do sangue. Achei que iria morrer. Eles diziam que iriam me soltar, mas eu não sei não — disse a vítima, por telefone, à reportagem.
A Polícia Civil vai apurar o caso na tentativa de identificar os autores. A região, seja pelos acessos a partir do bairro Agronomia e Morro Santana, ou ainda pela Vila Aparecida, em Viamão, há bastante tempo é investigada como local de suposto descarte de corpos por mais de uma facção criminosa. Desde o ano passado, pelo menos duas concentrações de cemitérios clandestinos foram descobertas pela polícia.