A juíza da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre Patrícia Fraga Martins afirmou que a triagem de novos presos na Penitenciária de Canoas, nos últimos dias, não impediu a entrada de integrantes de facções criminosas no local.
Conforme a magistrada, o ingresso de detentos foi prematuro. Além disso, a juíza frisou que, em conversas com representantes da penitenciária, que alguns dos presos que passaram por triagem são ligados a organizações criminosas.
— Foi relatado que há a presença de alguns membros de facções. E passou essas informações para a Susepe e esses presos já foram isolados. A ocupação foi ordenada e realizada em pouco tempo, então não se consegue fazer de forma tão detalhada — disse.
A juíza alertou ainda que, em muitos casos, os presos não informam a que grupo pertencem em um primeiro momento. A magistrada destacou ainda que a Penitenciária Estadual de Canoas tem como um dos objetivos evitar o ingresso de membros de organizações criminosas.
Nos últimos dias, mais de 300 presos foram levados ao complexo penitenciário de Canoas. As vagas estão sendo ocupadas por suspeitos de crimes que estavam em outras casas prisionais e delegacias.
Conforme o governo do Estado, o perfil na Pecan é para presos não reincidentes e não ligados a facções criminosas. Devido à falta de agentes penitenciários formados, policiais militares estão realizando atividades prisionais.
O complexo penitenciário de Canoas tem capacidade para 2,8 mil presos no regime fechado e cerca de 1,1 mil vagas estão ocupadas. As demais só devem ser abertas a partir da formação dos novos 480 agentes penitenciários, prevista para ocorrer em fevereiro de 2018.
Procurada, a Susepe garantiu que houve triagem correta de presos e que se manifestará apenas nesta sexta-feira.