Os quatro tiros disparados que atingiram um bandido no final da manhã desta quarta-feira (22) no bairro Rubem Berta, na zona norte de Porto Alegre, jamais sairão da memória do policial militar de 57 anos. Ele não quis revelar o nome, mas detalhou a ação que culminou na morte do criminoso, durante uma tentativa de assalto na Rua Jaime Cirino Machado de Oliveira.
O PM estacionou o carro, um Sandero, em frente a sua futura residência. Dentro do veículo estava uma parte do dinheiro que seria destinada a comprar a casa. Após as primeiras palavras com o dono da residência, os criminosos apareceram em uma moto.
— Eu vinha chegando e o dono da casa foi abrir. Hoje fecharíamos negócio. Chegou dois caras em uma moto. Veio um correndo em direção a nós com o revólver na mão. Quando ele disse ´Entrega o dinheiro´, eu disse 'Tá, já te dou'. Baixei a mão, saquei a pistola e fui mais ligeiro do que ele — contou.
Ao longo de 30 anos na corporação, o sargento afirmou que já esteve envolvido em troca de tiros. Entretanto, nunca havia matado ninguém.
— Fui mais feliz do que ele, Deus me ajudou. Não gostaria de fazer isso , porque trabalhei na Brigada e, graças a Deus, não precisei matar ninguém. Mas agora a gente não está livre. Na atual situação que estamos, ninguém mais têm segurança. Um bandido fugiu de moto e outro ficou por aqui. Esse não rouba mais de ninguém — afirmou o PM.
A Brigada Militar informou que o outro criminoso envolvido na ação foi preso. Ele foi detido na zona norte da capital e já foi reconhecido pela vítima de tentativa de assalto. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso. O titular da 3ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (3ª DPHPP), Cassiano Cabral, ainda não obteve detalhes da ocorrência, mas deve ouvir o PM da reserva e outras pessoas envolvidas nos próximos dias.