O Ministério Público se manifestou, nesta quinta-feira (28), no caso envolvendo o homem preso por estupro dentro de um hipermercado de Porto Alegre. O promotor de Justiça da Infância e da Juventude, Júlio Almeida, remeteu documentos à Justiça defendendo que Juarez Gomes Flores, 62 anos, continue preso preventivamente. A manifestação do MP foi feita no pedido de revogação da prisão feito pela defesa do homem.
Conforme o promotor, há fortes indicativos ou possibilidades de que existam outros fatos envolvendo o homem. Ele afirma que o crime “covarde” cometido contra a menina de apenas cinco anos não deixa dúvidas sobre a periculosidade do investigado.
— Fazemos essa suposição devido ao modus operandi. Ele acha o alvo, olha uma vez para o lado, olha para o outro lado, vai direto na menina, empurra para trás e sai como se nada tivesse acontecido. Em regra, quem está envolvido com crimes ligados à criança e ao adolescente não comete fato único. Não pareceu uma coisa de primeira vez. Vamos procurar se ele já fez isso antes. Procuramos mais casos em parceria com a policia.
Mesmo assim, pessoas próximas a Juarez se mostraram surpresos frente à prisão do homem, conforme a polícia:
— Amigos e familiares ouvidos na investigação ficaram surpresos, já que o homem não tinha nenhum histórico. O caso desta menina chama a atenção porque ela foi correndo contar para a mãe, mas, muitas vezes, as vítimas acabam ficando em silêncio. Não descartamos haver outros casos — explica a delegada Laura Lopes, titular do Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca).
Laudos revelaram que a menina de cinco anos foi vítima de abuso e também sofreu danos psíquicos. A mãe da criança contou à reportagem de GaúchaZH que a filha, que costuma ser sempre comunicativa, tem medo inclusive de ir ao banheiro de casa sozinha. A menina passa por tratamento psicológico.
A polícia chegou a investigar se o homem tinha antecedentes criminais em outros Estados, mas, conforme a delegada, não há nenhum registro de ocorrências. A polícia ainda vai cumprir outras ações antes de indiciar Juarez. O prazo para a conclusão do inquérito se encerra na próxima segunda-feira (2).
O homem segue preso no Presídio Central, hoje chamado de Cadeia Pública de Porto Alegre.
O abuso
O caso ocorreu no sábado à noite. O homem se aproveitou do fato de a menina ter se distanciado da mãe por alguns segundos para atacar a vítima em um dos corredores do estabelecimento comercial. Ele só parou após clientes terem flagrado o crime.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) considera abuso qualquer tipo de toque no corpo da vítima, conforme a área do corpo. A menina voltou para a mãe e contou toda história. Aos gritos, a mulher pediu ajuda. O homem foi identificado por clientes e detido por seguranças ainda dentro da loja. A Brigada Militar foi acionada e realizou a prisão em flagrante.