No fim da tarde de terça, 13, após sair da casa da avó materna, a filha mais nova de Rosane Carrão foi até o trabalho da mãe e da irmã de 16 anos para encontrá-las, por volta das 17h30min. Ao chegar a uma esquina próxima do local, viu um táxi em frente ao estabelecimento, mas não reconheceu o homem que desceu do carro.
— Percebi que havia algo errado, pois ouvi minha mãe gritando para ele parar, mas logo em seguida ouvi os tiros. Depois reconheci ele e vi que ele chutou o rosto dela — conta a adolescente.
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A estudante ainda tentou abraçar a mãe que já não reagia e correu atrás do pai, suspeito de ser o autor dos crime, mas foi contida por outras pessoas que presenciaram o crime.
— Eles me seguraram, porque ele poderia fazer algo de ruim para mim também — diz.
Segundo a jovem, tudo estava calmo até as últimas três semanas, quando a agressividade do pai se intensificou.
— Ele tentou bater no próprio pai, que tem 80 anos — afirma.
O Titular da Delegacia de Polícia de Taquara, Ivair Matos Santos, informou que ao meio-dia do dia 10 de setembro, Rosane Carrão compareceu à Delegacia para prestar queixa contra o ex-marido, Eduardo de Medeiros Aguiar, 44 anos, de quem havia se separado havia cinco meses.
— Ela reclamou de injúrias e ofensas que recebeu via mensagens de celular. Então, perguntamos se ela queria fazer o pedido da medida protetiva, conforme a Lei e ela aceitou — explica.
Segundo ele, foi encaminhado à Justiça no dia 11 o termo de declaração assinado pela vítima e o registro de ocorrência.
Ela chegou lá para fazer uma ocorrência de agressão verbal, mas em momento algum disse que estava sendo ameaçada — declara.
Sobrinho de Rosane, o sapateiro Roni Cris Carrão, 29 anos, descreveu a tia como uma pessoa preocupada com as pessoas, alegre e de bem com a vida.
— Era como uma mãe pra mim — fala.