Como de costume, uma mulher analisava os preços de produtos de limpeza enquanto a filha de cinco anos brincava no mesmo corredor próximo dela, na noite de sábado, em um hipermercado de Porto Alegre. Perto dali, a avó da menina também observava os valores dos itens nas prateleiras. Segundos depois, a criança corria desesperada na direção da mãe. Enquanto estava junto a um dos expositores de produtos, a menina foi atacada e abusada sexualmente.
O autor, flagrado pelas câmeras de segurança, foi detido e teve a prisão preventiva decretada nesta segunda-feira (25).
— Ela não estava em outro corredor, estava a cinco passos de mim brincando no meio do corredor. Olhei para ela e continuei pesquisando os preços. Quando olhei de novo, ele estava se afastando. Ela veio na minha direção correndo, desesperada e gritando, dizendo que ele tinha passado a mão nela. Quando ela falou isso, ele me olhou e correu. Corri atrás. Comecei a gritar no mercado: "Peguem ele! Peguem ele!". E todo mundo se mobilizou pra pegar — conta a mãe da menina ao telefone.
Dois dias após o caso, a mãe tenta encontrar formas de superar o trauma e acalmar a filha. Desde o ataque, a menina, que costuma ser sempre comunicativa, tem medo inclusive de ir ao banheiro de casa sozinha.
— Isso afeta uma família inteira. Afeta todo o mundo. Isso podia ter acontecido em qualquer lugar do mundo. Infelizmente, aconteceu com a gente. Quando acontece, é um choque. Estamos muito abalados. Está sendo bem pesado para nós. A gente acredita que ela vai superar isso da melhor maneira possível — diz o padrinho da menina.
A criança passou a receber apoio psicológico para enfrentar trauma.
— Não quero nada mais do que justiça. Quero que ele fique preso e que cumpra a pena dele. Dessa vez foi a minha filha, amanhã a gente não sabe quem pode ser a vítima. Tem muitas crianças que não falam, que ficam quietas — afirma a mãe.
Elas estavam há pouco mais de duas horas no shopping quando aconteceu o ataque. A menina, a mãe e a avó tinham passeado e lanchado. Depois foram ao hipermercado fazer compras para a casa.
— Estava quase terminando. Olhando preço de sabão líquido. Nunca poderia imaginar isso — lamenta a mãe.
— Dizer que foi irresponsabilidade da mãe é culpar o estuprado pelo estupro — complementa o padrinho da menina, que tem acompanhado o caso junto à família.
Na terça-feira (26), a mãe da menina concedeu entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha.