A quadrilha de abigeato desarticulada nesta terça-feira (8) pela Polícia Civil no Sul do Estado atuava há 20 anos. Em entrevista ao Gaúcha Repórter, o delegado Adriano Linhares, responsável pela Força-Tarefa de Combate aos Crimes Rurais e Abigeato, afirmou que a organização criminosa agia há, pelo menos, duas décadas e furtava mais de mil animais por ano.
- É um grupo estruturado há bastante tempo, que se especializou na "carneada". Com certeza é a maior organização criminosa de abigeato do Estado - conta o delegado.
O bando furtava os animais e, por vezes, já retirava partes dos corpos sem matar o gado. A carne era vendida em Pelotas.
De acordo com a polícia, 15 pessoas foram presas pela manhã – a maioria com antecedentes criminais. A estimativa é que, em um ano, a quadrilha tenha causado prejuízo de R$ 3 milhões a produtores rurais da região sul do Estado.
Municípios como Aceguá, Bagé, Candiota, Dom Pedrito, Caçapava do Sul, Cachoeira do Sul, Canguçu, Pinheiro Machado, Piratini, Jaguarão, Rio Grande, São Lourenço do Sul, Lavras do Sul e Rosário do Sul foram alvos dos ataques do grupo. Durante as investigações, a Polícia Civil chegou a prender em flagrante pelo menos quatro equipes de carneadores da organização e recuperar 10 carros roubados e adaptados para transportar carne.
Entre os alvos dos 20 mandados de prisão decretados pelo Judiciário, estão empresários que receptavam a carne furtada, um advogado, que auxiliava as ações do bando, e um agente da Guarda Municipal de Pelotas, que fornecia informações privilegiadas sobre barreiras da polícia aos criminosos.