Flagrante de brutalidade
A execução dos primos Vitor da Rosa, 22 anos, e Vagner da Rosa, 17 anos, no Loteamento Xará, em Gravataí, despertou a atenção dos leitores durante todo dia de hoje. Sem antecedentes criminais, foram assassinados com 10 tiros, dentro de uma cova cavada pelas próprias vítimas. Após os disparos, os corpos foram incinerados e sepultados. Está tudo registrado em vídeo – um vídeo que ZH teve acesso, mas preferiu não tornar público pela brutalidade das imagens.
A informação é relevante porque mostra o avanço da violência extrema entre facções criminosas em guerra na Região Metropolitana. É importante lembrar que corpos esquartejados ou decapitados – só no ano passado, houve 16 casos assim – tornaram-se frequentes na crônica policial gaúcha.
Como avaliou o repórter especial e analista de Segurança Humberto Trezzi, a cena "poderia ser em qualquer parte do Rio Grande no final do século 19 quando a Revolução Federalista jogou irmãos contra irmãos. Foi a chamada Guerra da Degola. Mas aconteceu em pleno século XXI".
Caos no Central
Outro assunto relevante é o que acontece no caótico Presídio Central. Como nada é tão ruim que não possa piorar, 164 presos foram expulsos de suas celas no Pavilhão A por conta da guerra de facções na Vila Maria da Conceição, em Porto Alegre.
Como são minoria dentro de uma galeria e como o Estado não tem vagas em outras prisões, os criminosos permanecem no pátio, ao relento, sob chuva ou sol.
Enquanto isso, o governador Sartori não consegue inaugurar todas as 2,8 mil vagas na Penitenciária de Canoas, como mostrou Zero Hora em reportagem especial recentemente.
Operações policiais
As notícias boas do dia na área da segurança foram duas operações, realizadas de forma quase simultânea pelas polícias Civil e Federal, mas independentes entre si e com alvos bem diferentes. Em Porto Alegre, investigadores da Civil prenderam integrantes de uma quadrilha que atormentava passageiros do transporte coletivo nas zonas Sul e Leste usando cartões dos próprios familiares.
Na Serra, os federais desarticularam uma quadrilha especializada no tráfico internacional de drogas, com ramificações em Ponta Porã (MS) e em Assunção, no Paraguai. De acordo com a investigação, o grupo, aliado do traficante Jarvis Chimenes Pavão, que atua no Paraguai, teria movimentado 720 quilos de cocaína em um ano.