Uma investigação policial iniciada em setembro de 2016, a partir do desaparecimento de uma menina de 12 anos no bairro Jardim Lindoia, na zona norte de Porto Alegre, levou agentes do Departamento de Homicídios de Porto Alegre e do Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca) à descoberta de duas casas, nos bairros Cristo Redentor e Passo d'Areia, que serviam como locais de prostituição de crianças e adolescentes. Em ações no final da semana passada, dois homens foram presos. Nenhum deles teve o nome divulgado pela polícia.
Um dos suspeitos já havia sido indiciado pelo mesmo tipo de crime em 2015. De acordo com a delegada Laura Rodrigues Lopes, do Deca, os dois homens promoviam festas particulares, nas quais chamavam homens mais velhos com alto poder aquisitivo e aliciavam meninas, que acabavam prostituídas.
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A primeira ofensiva conjunta da polícia aconteceu na quarta-feira (5), com o cumprimento de mandado de busca. O dono da casa foi preso em flagrante.
– Em um dos locais, encontramos uma menina de 16 anos que estava desaparecida. Ela confirmou que se prostituía naquela casa – diz a delegada.
O desaparecimento desta menina ainda era considerado misterioso pela 5ª Delegacia de Homicídios de Porto Alegre (DHPP), responsável por este tipo de apuração. Na segunda ação, sexta-feira (7), outro suspeito foi preso preventivamente.
Em setembro, foi registrado o desaparecimento de uma menina de 12 anos no bairro Jardim Lindoia. Ao ouvir diversas testemunhas relacionadas a ela, os investigadores descobriram a rede de contatos dos aliciadores. As meninas confirmaram que eram chamadas para as festas particulares com a promessa de pagamentos.
– São meninas de classe média, como a menina que investigamos o desaparecimento. Não podemos afirmar que o caso dela, que ainda apuramos, tenha relação direta com a prostituição, mas foi a partir deste caso que chegamos aos aliciadores – explica a delegada Luciana Smith, da 5ª DHPP.
A polícia ainda não chegou ao paradeiro da menina. Um caso de homicídio não é descartado.
Em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Zero Hora não divulga a identificação da menina desaparecida.