Correção: Das 15h44min às 17h1min, informamos equivocadamente que a criança abusada era enteada do cadeirante. Na verdade, ele é irmão. A informação incorreta foi repassada pela Polícia Federal. A notícia original foi corrigida.
Antes de desencadear, na manhã desta terça-feira (25), a segunda etapa da Operação Glasnost, contra a pedofilia em 14 Estados, incluindo o Rio Grande do Sul, a Polícia Federal cumpria, desde o começo do ano, mandados que os investigadores consideraram emergenciais pela gravidade dos crimes. Uma dessas ações aconteceu em fevereiro deste ano em Torres, no Litoral Norte, e confirmou o abuso de uma menina de cinco anos pelo irmão, um cadeirante de 53 anos, e um amigo dele, de 45 anos.
De acordo com a Polícia Federal, cenas de sexo foram gravadas e estavam armazenadas no computador do cadeirante quando os agentes cumpriram mandado de busca e de prisão preventiva na casa dele, em fevereiro. O homem foi preso em flagrante. No mês passado, o abusador que havia sido filmado também foi preso no cumprimento de um mandado de prisão preventiva em Porto Alegre. Ambos seguem no Presídio Central.
Além das imagens desta menina, os policiais encontraram gravações de cenas de abuso cometidas por eles contra outras quatro meninas entre cinco e 12 anos.
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Conforme a investigação comandada pela Polícia Federal no Paraná, os vídeos produzidos por abusadores eram difundidos por uma rede com alcance mundial, baseada em um site de imagens russo que é investigado desde 2010. Em 2013, foi cumprida a primeira etapa da investigação. Nesta terça-feira, a segunda fase foi cumprida com presos em Viamão, Sapiranga, Alvorada e dois em Porto Alegre – entre eles, uma mulher –, com idades entre 27 e 59 anos.
Todos foram flagrados com material pornográfico infantil armazenado em computadores, tablets e celulares. As vítimas são crianças entre três e nove anos nuas e em cenas de sexo. Por enquanto, os investigadores não encontraram novos indícios de produção do material no Estado, mas tudo o que foi apreendido na ação ainda será periciado.
Os presos
A Polícia Federal não divulga a identificação dos presos, mas revela que entre eles há um funcionário público. Foram cumpridos mandados de busca na casa dele – onde também foram apreendidas quatro armas – e no local de trabalho (não revelado pela PF).
De acordo com o delegado Flávio Augusto Palma Setti, que comanda a investigação em Curitiba, há indícios de que este servidor federal e mais um preso em outro Estado usavam computadores do ambiente de trabalho para difundir as imagens.
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Os presos no RS foram autuados em flagrante por armazenamento de imagens pornográficas infantis. O crime prevê prisão de até quatro anos e, por isso, cabe fiança. Até a tarde desta terça, no entanto, nenhum deles havia sido liberado na Superintendência da Polícia Federal. Todos serão indiciados ainda por oferecer, trocar, disponibilizar ou transmitir as imagens. A pena para este tipo de crime é de até seis anos de prisão.
Entre os 14 Estados, foram presas 30 pessoas – incluindo um homem de 80 anos. Dados obtidos na investigação apontaram ainda a participação de pessoas de outros países e foram repassados às autoridades policiais locais. Em 2013, quando foi deflagrada a primeira etapa da Operação Glasnost, outras quatro pessoas foram presas em Porto Alegre.
A palavra Glasnost, escolhida para dar nome à ação, significa "transparência" em russo. É uma referência ao uso do site russo para a divulgação das imagens de pedofilia.